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Governo se contradiz ao avaliar impacto das exportações para a Rússia

Enquanto no Ministério do Desenvolvimento o tom é de cautela, na pasta da Agricultura há comemoração e previsão de "nova revolução agrícola"

Por Da Redação
7 ago 2014, 16h20

O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, minimizou nesta quinta-feira, o impacto de um acordo bilateral entre o país e a Rússia para ampliar as exportações de carnes e outros produtos agrícolas. O país europeu havia anunciado na quarta-feira que busca ampliar suas trocas comerciais com parceiros latino-americanos para compensar a retaliação russa às sanções impostas por Estados Unidos e União Europeia, em função da crise na Ucrânia. De acordo com Borges, o mercado mundial de alimentos já é “propício” ao Brasil. “Acredito que esse efeito não é significativo para ampliação do mercado brasileiro. Já temos amplo mercado de exportação agrícola para o mundo, então não acredito que essa medida bilateral de retaliação da Rússia em relação a seus parceiros da União Europeia e Estados Unidos vá afetar o mercado brasileiro”, afirmou. Contudo, no Ministério da Agricultura, o tom é de comemoração. Prevê-se, inclusive, “uma nova revolução agrícola” no Brasil

O decreto russo foi baixado como resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia à Rússia, depois que o abatimento de um avião da Malaysia Airlines por míssil disparado por separatistas ucranianos apoiados por Vladimir Putin matou 298 pessoas. Segundo o Kremlin, o veto terá validade de um ano. O Itamaraty sustentou um constrangedor silêncio ao não condenar a responsabilidade russa no ataque. Como resultado, terminou indiretamente beneficiado pela situação.

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O secretário executivo do Mdic, Daniel Godinho, afirmou que uma missão brasileira do Ministério da Agricultura retorna nesta quinta-feira da Rússia com detalhes sobre as negociações. Os russos também buscam parcerias com Argentina, Chile e Equador – países que tampouco se posicionaram diplomaticamente em relação ao ataque.

Godinho ressaltou, entretanto, que a proposta depende de análise da indústria local sobre a capacidade para atender à nova demanda. “O mercado russo é enorme, mas é um momento de serenidade. É preciso fazer um estudo para saber quais produtos podemos oferecer no curto prazo. Vamos conversar com o setor privado”, reforçou.

Agricultura celebra – O posicionamento do Mdic foi mais cauteloso que o do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, que celebrou a decisão russa.”Sem dúvida, do ponto de vista de commodities agrícolas, é positivo. A Rússia tem um potencial de grande consumidor de commodities agrícolas, não só de carne” disse. Eufórico, Paludo afirmou que o decreto assinado por Putin abre portas para uma “revolução” nas exportações brasileiras de carne e grãos (milho e soja).

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Paludo foi mais além, afirmando que o movimento político do Kremlin “pode ter um efeito parecido com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2011”. “O embargo é uma grande oportunidade para mercado e governo trabalharem para exportar milho e soja. Talvez estejamos vendo um processo que pode causar uma revolução na exportação brasileira”, afirmou.

Depois do anúncio do embargo, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, afirmou que a indústria de carne de frango do Brasil tem condições de atender “tranquilamente” uma demanda adicional da Rússia. Ele afirmou, durante evento do setor, que o Brasil teria condições de exportar adicionalmente 150.000 toneladas de carne de frango ao ano para a Rússia, cobrindo cota fornecida pelos EUA. No ano passado, as vendas do país à Rússia atingiram cerca de 60.000 toneladas.

(Com Estadão Conteúdo)

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