Governo pode ampliar recursos para armazenagem da safra agrícola
Falta de armazéns próximos às fazendas produtoras é, em parte, responsável pelas filas nos portos do país
O governo avalia a possibilidade de ampliar recursos para o financiamento da armazenagem no país no novo Plano Agrícola e Pecuário, em função da firme demanda vista no segmento desde o final do ano passado, disse o ministro da Agricultura, Neri Geller, nesta segunda-feira. A falta de lugares para armazenagem da safra de grãos no país é apontada como um dos principais responsáveis pelas imensas filas nos portos porque as fazendas precisam escoar tudo de uma vez.
“Queremos manter os recursos para os principais programas (do Plano Safra) e ampliar para alguns, como por exemplo a questão da armazenagem. Nós estamos analisando porque a demanda é realmente muito grande”, disse o ministro a jornalistas antes da abertura do Global Agribusiness Fórum 2014, evento realizado em São Paulo.
Segundo ele, demorou até o programa de incentivo à armazenagem deslanchar, por conta da estruturação das linhas de crédito, principalmente por parte dos agentes financeiros, mas agora a demanda vem firme desde dezembro. Entre janeiro a março deste ano já foram acessados quase 3 bilhões de reais, de um total de 4,5 bilhões de reais que estão no ministério para a agricultura comercial.
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No último Plano Safra (2013/14), o governo anunciou recursos específicos para o financiamento da armazenagem no país, em uma tentativa de fazer frente a desafios impostos por produções recordes de grãos e dificuldades logísticas para o escoamento. Foram disponibilizados recursos de 25 bilhões de reais nos próximos cinco anos – 5 bilhões deles disponíveis para financiamentos da atual temporada (safra 13/14).
Pelo cronograma em pauta, o ministro deve se reunir com membros da equipe econômica para definir volumes de recursos disponíveis para o próximo Plano Safra (2014/2015) no começo do mês que vem. “Na primeira quinzena de abril, vamos começar a fazer a discussão com a equipe econômica. Ainda não tenho indicativo de valores”, disse.
(com agência Reuters)