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Governo francês aponta erros estratégicos da Peugeot

Relatório do Ministério da Indústria explica as origens da crise por que passa a montadora hoje; maior erro é o despertar tardio para os mercados emergentes

Por Marcela Ayres
12 set 2012, 12h18

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No meio de julho, a PSA Peugeot Citroën anunciou na França que deveria cortar 8.000 postos de trabalho e fechar uma fábrica no norte do país até 2014. O plano causou chiadeira. Na época, o presidente francês François Hollande chegou a taxá-lo de inaceitável. A posição parece ter sido suavizada. Nesta terça-feira, o governo divulgou um relatório em que afirma que “a reorganização industrial e o corte de empregos não são contestáveis, infelizmente”.

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Despertar tardio – O texto não deixa de fazer ressalvas ao plano de investimentos tocado pela companhia nos últimos anos. “Provavelmente, a empresa está pagando pelo seu tamanho modesto, resultante de um despertar tardio para a importância dos mercados emergentes”, diz um trecho do relatório, assinado por Emmanuel Sartorius e encomendado pelo ministro da Indústria, Arnaud Montebourg. “Enquanto os concorrentes começaram uma expansão internacional a partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a Peugeot não dedicou os mesmos recursos para a tarefa.”

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Além da falta de investimento nos emergentes, o documento aponta outros três erros estratégicos da Peugeot que teriam contribuído para levar a empresa à encruzilhada atual.

Interesses familiares – O relatório do governo francês mostra que, com 25% da companhia e 38% do poder de voto, a família Peugeot teria priorizado a distribuição de dividendos e a recompra de ações da companhia. O relatório estima que, entre 1999 e 2011, a montadora tenha reservado 6 bilhões de euros para atingir esses objetivos. Como resultado, o foco na expansão global teria ficado de lado.

Em comunicado, a Peugeot sustentou que a política não teria afetado de nenhuma forma seus investimentos, que teriam ficado na casa de 39 bilhões de dólares entre 2000 e 2011.

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Independência – O documento lembra que, no primeiro semestre, a montadora teve um prejuízo de 819 milhões de euros. Sua exposição excessiva ao mercado europeu – que não anda exatamente bem das pernas – teria contribuído sobremaneira para o resultado.

De acordo com o relatório do governo francês, a Peugeot “parece ter falta de ambição global”. A companhia, que já ocupou o segundo lugar em vendas de carros no continente europeu, está na atual oitava posição. Para o governo, a insistência da montadora em manter sua independência em vez de buscar um parceiro para consolidar sua posição internacionalmente teria cobrado seu preço.

Neste ano, a Peugeot firmou uma parceria com a General Motors fora dos Estados Unidos. Mas sua rival Renault já teria abraçado estratégia semelhante com japonesa Nissan há mais de uma década. Em resposta, a companhia sustentou que, até 2015, metade de suas vendas serão feitas fora da Europa.

A planta de Madrid – A Peugeot planeja encerrar as atividades de uma fábrica em Aulnay-sous-Bois, norte da França. A investida marcará o primeiro fechamento de uma planta de carros em vinte anos no país. Embora não se mostre contrário à decisão, o relatório do governo questiona por que a unidade de Madrid não teria sido considerada para o “sacrifício”. Segundo o texto, a planta espanhola teria inúmeras falhas, como a baixa capacidade de produção e o fato de ser distante dos fornecedores.

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