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Governo aproveita erro do IBGE para exaltar políticas de Dilma

Em entrevista coletiva na manhã deste sábado, quatro ministros foram convocados para explicar o erro nas estatísticas da Pnad, divulgada nessa semana

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 set 2014, 13h45

A quinze dias das eleições, o governo escalou quatro ministros para uma entrevista coletiva – marcada para tentar explicar um grande fiasco, mas que acabou servindo para que eles exaltassem os avanços do país em bandeiras da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, como emprego e distribuição de renda. A investida se deu um dia após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) admitir erro na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, o Pnad, referente ao ano de 2013. Embora a discrepância no índice de desigualdade tenha sido mínima, o mais alto escalão da presidente Dilma Rousseff passou mais de uma hora exaltando o resultado correto.

Foram destacados quatro ministros para dar esclarecimentos: Miriam Belchior (Planejamento), Henrique Paim (Educação), Marcelo Néri (Assuntos Estratégicos) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social). Primeira a falar, Belchior reafirmou que o governo ficou “chocado” com o erro e que a presidente Dilma ficou “perplexa” ao saber da notícia.

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Principal ponto de controvérsia, o índice de Gini, referência para avaliar a desigualdade, avançou apenas 0,001 ponto entre 2012 e 2013, resultado avaliado por especialistas como mínimo e que mantém a avaliação de que a melhora na distribuição de renda parou. Ainda assim, a ministra do Desenvolvimento Social fez questão de exaltar os dados. “Todo mundo que se apegou a micro variações para tirar consequências dramáticas acabou errando. Vamos verificar aquilo que são as grandes tendências que a Pnad demonstra”, disse Tereza Campello.

“A renda cresce para todos os brasileiros, o salário real cresceu, isso que é o importante: o mundo em crise e o Brasil continua mantendo o crescimento da renda por dois anos consecutivos”, disse Campello, repetindo frases que pareciam tiradas dos discursos de campanha de Dilma. “A qualidade do trabalho melhorou, nós temos trabalhadores com maior escolaridade e o Brasil continua tendo uma tendência de queda da desigualdade, principalmente se a gente olhar o conjunto das questões que envolvem a desigualdade. Quem tratou de dizer que não tinha igualdade podia valorizar agora que, pelo Gini, a desigualdade caiu”, afirmou a ministra do Desenvolvimento Social.

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Na mesma linha, o ministro Marcelo Néri afirmou que a “estabilidade da desigualdade” não veio para ficar. E fez projeções: “Em 2014 haverá uma queda muito forte”. O titular de Assuntos Estratégicos também fez questão de reforçar que em 2013 foram gerados 925.000 empregos com carteira assinada. Coube ao ministro da Educação, Henrique Paim, argumentar que houve avanços na taxa de escolaridade.

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Investigação – Após o erro do IBGE, o governo anunciou a criação de duas comissões para apurar o caso e apontar possíveis responsáveis. A ministra Miriam Belchior não descartou a demissão da presidente do órgão, Wasmália Bivar, mas reafirmou neste sábado que não quer antecipar o juízo. A comissão terá prazo de 30 dias, podendo ser prorrogáveis por mais 30, para apresentar um parecer. Só após a conclusão do trabalho da comissão de sindicância é que o governo promete tomar providências. Apurará os fatos uma equipe formada por integrantes da Casa Civil, dos ministérios do Planejamento e da Justiça e da Controladoria-Geral da União (CGU).

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