Governo anuncia elevação da taxa de retorno de novas concessões
Porcentual anterior era de 7,2% ao ano nos projetos rodoviários lançados em 2013 e na concessão da ponte Rio-Niterói, licitada este ano
O Ministério da Fazenda divulgou, na tarde desta sexta-feira, um comunicado informando o aumento da taxa de retorno das novas concessões de rodovias de 7,2% para 9,2%. O porcentual atual foi praticado nos leilões realizados em 2013 e na concessão da ponte Rio-Niterói licitada este ano.
De acordo com o ministério, o porcentual não corresponde à taxa efetiva de retorno dos investimentos, que também depende de outras questões referentes à concessão, ao acionista e à estrutura de capital.
Investidores ouvidos pelo site de VEJA à época do anúncio do plano de logística, em junho, apostam numa elevação de taxa efetiva próxima de 15% ao ano, o dobro da que havia sido imposta nas concessões passadas, em que o modelo era o de modicidade tarifária – ou seja, ganhava o certame o consórcio que apresentasse a menor tarifa ao usuário, como os pedágios, no caso das rodovias.
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A mudança na estratégia do governo tem mais a ver com as exigências do momento do que com a súbita simpatia da presidente Dilma pelo capital privado. Ocorre que, como a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será reduzida, por motivos de esgotamento dos cofres do Tesouro, as empresas terão de recorrer ao financiamento privado, onde se praticam taxas mais próximas da Selic – hoje em 13,75% ao ano. A captação mais cara, necessariamente, se traduzirá em aumento da taxa de retorno dos investidores para fazer frente aos juros altos.
Os próximos leilões previstos, já com o novo parâmetro são BR-476/153/282/480/PR/SC; BR-364/060/GO/MT; BR-364/GO/MG; BR-163/MT/PA.
(da Redação)