Gol solicitou à Anac 378 voos extras durante a Copa
Companhia disse que vai manter a política de liberdade tarifária durante os jogos, e não estabeleceu teto para o preço das passagens, como fizeram as concorrentes Azul e Avianca
O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou nesta quarta-feira que das 953 solicitações de voos feitas à Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) para atender à demanda do período da Copa, 378 são voos extras, enquanto as restantes 575 solicitações se referem às mudanças de horários em voos que já integram sua malha regular.
Desses pedidos, explicou o presidente, 80 foram validados exatamente nas datas e horários solicitados; 298 ainda passarão por ajustes; e 575 voos que já integram a malha regular da Gol serão ajustados ao longo dos próximos meses. Kakinoff destacou que os voos já começaram a ser ofertados e serão incluídos gradualmente.
Kakinoff defendeu a liberdade tarifária e reiterou que o modelo será seguido no período do evento. “A Gol entende que não tem melhor maneira de contribuir do que a manutenção de sua política”, comentou. Ele salientou que 39% das passagens para o período da Copa serão ofertadas abaixo dos 159 reais e 90% custarão até 499 reais. “Somente 2% poderão estar acima dos 889 reais”, comentou. Ele lembrou que os preços variam de acordo com a evolução da taxa de ocupação dos voos e da proximidade com a data da partida, por isso aconselhou que os torcedores programem suas viagens com antecedência.
A decisão de manter o modelo ocorre após as concorrentes Azul e Avianca terem anunciados tarifas-teto de 999 reais para o evento. “A Gol mantém sua política de liberdade tarifária. A única discussão válida de tarifas para a Copa é do número de assentos disponíveis”, afirmou o executivo, acrescentando que, com a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de voos extras para o período do mundial, poderá oferecer 4,5 milhões de assentos.
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Projeções – A Gol espera ter alta de dois dígitos na receita por passageiro em 2014, embora dificilmente num ritmo perto dos 20% do ano passado, e vê um efeito neutro da Copa do Mundo sobre seus resultados. A Gol registrou em 2013 um aumento de 18% na receita por passageiro, também conhecida no setor como “prask”. No quarto trimestre apenas, o aumento foi de 24%.
“A gente vai continuar mostrando crescimento em 2014. Trabalhamos com números de dois dígitos, mas falar de 20% (de alta) vai ser difícil daqui pra frente”, afirmou o vice-presidente financeiro da Gol, Edmar Lopes.
O executivo disse que também espera elevar “em alguns pontos porcentuais” a taxa de ocupação das aeronaves neste ano, ainda que espere alguma queda no primeiro e no segundo trimestres devido à sazonalidade.
Os números divulgados pela Gol foram bem recebidos por investidores e a ação da companhia aérea disparava na Bolsa brasileira, com ganho de 8,3%. O papel tinha a maior alta do Ibovespa, que subia 1,78%.
(com Estadão Conteúdo e agência Reuters)