GM confirma demissão de 1.053 funcionários em SP
Montadora afirma que cumpriu as regras de redução do IPI que previam a manutenção dos empregos nas fábricas
A montadora General Motors (GM) se pronunciou, nesta sexta-feira, sobre a demissão de 1.053 trabalhadores da área de montagem e de manuseio da sua unidade fabril de São José dos Campos (SP). De acordo com o diretor de assuntos institucionais da empresa, Luiz Moan, “não há a menor possibilidade de reversão” das demissões.
Moan concedeu entrevistas após uma reunião convocada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo, e afirmou que, apesar das demissões, a GM cumpriu a cláusula de manutenção do emprego exigida pelo acordo que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis. “A redução do IPI ocorreu em maio de 2012 e desde lá aumentamos o número de trabalhadores de 145.000 para 155.000. Não só cumprimos o acordo, como elevamos o total de trabalhadores”.
Segundo o executivo, o processo de demissão constava de um acordo assinado entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos em janeiro de 2013. Ainda de acordo com Moan, as demissões se deram por conta do insucesso na negociação com o Sindicato de São José para que fossem feitos investimentos na linha de abastecimento e montagem do modelo Classic. “Desde 2008 estamos tendo dificuldades com o sindicato”, afirmou o diretor da GM, acrescentando que por causa disso a montadora perdeu projetos.
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O sindicato, entretanto, afirma que a volta da cobrança do imposto em duas etapas estaria vinculada ao compromisso de manutenção de empregos por parte das montadoras. Esse será o argumento do sindicato para contestar judicialmente as demissões. No caso do Classic, a alíquota a partir de janeiro passa de 2% para 3% e, em julho sobe para 7%.
O diretor da GM também afirmou que já teria conversado com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e que dos 1.053 demitidos, uma parte foi desligada por adesão a quatro Programas de Demissões Voluntárias, mas que só divulgará os dados exatos após informá-los ao sindicato.
O complexo da GM em São José é formado por oito fábricas e, de acordo com o diretor, apenas uma delas está com problemas. Ele ainda afirmou que o modelo Classic continuará sendo produzido em São Caetano do Sul e em Rosário, na Argentina.
(Com Estadão Conteúdo)