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GM suspende vagas de mais 100 trabalhadores em São Caetano do Sul

De acordo com a montadora, suspensão da nova turma vai durar três meses, e não cinco, como havia sido definido para os trabalhadores que entraram em lay-off no ano passado

Por Da Redação
15 jan 2015, 18h50

A General Motors (GM) informou nesta quinta-feira que mais 100 funcionários da fábrica de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, entrarão em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) a partir da segunda-feira. Com isso, a unidade passará a ter quase mil trabalhadores afastados, uma vez que os contratos de 850 já estão suspensos desde novembro de 2014.

De acordo com a montadora, a suspensão da nova turma vai durar três meses – e não cinco (limite estabelecido pela legislação atual), como os que já estão em lay-off desde o ano passado. A empresa informou que os 100 trabalhadores deverão retornar ao trabalho em 9 de abril. Outros 850 só voltarão em 9 de maio.

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Em nota à imprensa, a GM alega que a ampliação do lay-off respeita o “acordo firmado com o sindicato desde outubro do ano passado, com intuito de ajustar a produção à demanda do mercado”. O sindicato, por sua vez, afirma que a montadora já planejava suspender 950 trabalhadores desde o final de 2014, mas entrou em acordo para livrar 100 deles, em troca da saída de 50 por meio de um Programa de Demissão Voluntária (PDV).

A entidade afirma que o PDV, no entanto, não foi aberto, provocando a entrada desses 100 funcionários em lay-off no início deste ano. Além dos funcionários da fábrica de São Caetano, onde são produzidos os modelos Cruze, Spin, Montana e Cobalt, a GM possui outros 930 trabalhadores suspensos na fábrica de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP).

Setor em crise – As demissões no setor automotivo tiveram início em 2014, com o fechamento da fábrica da GM em São José dos Campos e os 650 desligamentos na Peugeot-Citroen na planta de Porto Real, no Rio de Janeiro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego na indústria de transporte, onde as montadoras se inserem, recuou 5% entre janeiro e outubro de 2014, que é o dado mais recente apurado pelo Instituto.

Com as vendas de veículos em queda, a produção também foi afetada (caiu 15% no acumulado do ano passado até novembro) e as empresas se ajustam para enfrentar um ano difícil. A previsão de crédito mais caro e escasso também é contabilizada na matemática das montadoras.

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As demissões na Volks e na Mercedes-Benz, apesar de esperadas, são emblemáticas. As centrais sindicais se armam em protesto contra as empresas e, em última instância, contra o governo. A presidente Dilma foi autora de um dos pacotes mais nocivos para a indústria brasileira durante seu mandato: o Inovar-Auto, que previa a elevação de imposto para automóveis importados e a exigência de conteúdo nacional para estimular a cadeia produtiva no Brasil. Como se tratava de uma demanda antiga das montadoras nacionais, ficou acertado entre governo, empresários e centrais sindicais que a moeda de troca para os benefícios era não haver demissões no setor.

Com o passar dos anos, a desaceleração econômica acabou expondo inúmeras ineficiências da política econômica da presidente reeleita: uma delas foi a ineficácia do programa Inovar-Auto. Ele não barateou os carros fabricados no Brasil e tampouco foi suficiente para blindar a indústria de solavancos macroeconômicos.

Agora, com as demissões nas empresas que mais receberam benefícios do governo ocorrendo justamente após as eleições, as centrais sindicais se mobilizam em fúria. Afinal, acionaram seus militantes para eleger a presidente Dilma pensando no bem-estar da classe. Percebem, agora, que foi tudo em vão.

(Com Estadão Conteúdo)

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