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Gays foram responsáveis por 30% da receita do Rio com turismo no carnaval

Pesquisa apresentada nesta quarta-feira mostra que público LGTB foi responsável por 30,75% da arrecadação do setor nos dias de folia. Público reclamou de sujeira, preços altos e das condições de transporte

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
2 abr 2014, 16h43

Uma pesquisa da RioTur e da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, da Prefeitura do Rio, mostrou que o turismo LGBT (sigla que resume o público que reúne gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) foi responsável por 30,75% da receita do setor na cidade durante o carnaval. Segundo a RioTur, os turistas gastaram, em valores absolutos, 1,5 bilhão de reais, dos quais 461 milhões saíram dos bolsos de gays e de lésbicas.

A pesquisa, coordenada pelo economista Osíris Marques, do Observatório do Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense (UFF), traçou o perfil do turista gay que passou o carnaval na cidade, eleita duas vezes o melhor destino gay do mundo. A maioria é de homens jovens – 70% deles têm entre 20 e 34 anos -, com renda média de 8,7 salários mínimos e diploma universitário.

“O trabalho mostrou que o Rio é um destino consolidado entre o público gay. Trinta por cento dos entrevistados já haviam estado no Rio por, pelo menos, onze vezes. Em média, os que responderam o questionário estiveram na cidade por sete vezes”, afirmou Marques.

Os turistas brasileiros representaram 84% dos entrevistados, com destaque para os paulistas e mineiros. Entre os estrangeiros, americanos, ingleses e canadenses foram a maioria. De acordo com a pesquisa, o gasto médio do brasileiro foi de 302 reais por dia. Já os estrangeiros gastaram em média 538 reais a cada dia de folia. “Considerando que a gasto médio do turista heterossexual é de 198 reais, nota-se o consumo superior em até 270% entre os gays”, destacou o economista.

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A pesquisa, que entrevistou 614 pessoas entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, não explicou os motivos que levam os gays a gastarem mais do que os heterossexuais. Ativista e coordenador da coordenadoria da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, Carlos Tufvesson afirmou que uma das justificativas para esse padrão de consumo é o fato de os casais gays, geralmente, não terem filhos.

Preços e táxis – A pesquisa mostrou que os turistas, assim como os cariocas, acharam os preços da cidade salgados. Os entrevistaram deram notas de 1 a 5 a diversos itens, como hospitalidade (4,2), restaurantes (4) e informação ao turista (3,6). As notas mais baixas foram para os preços (2,3) e a limpeza urbana (2,4). Durante o carnaval a cidade atravessou uma greve dos funcionários da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), o que certamente afetou a percepção dos visitantes – apesar de, em outros anos, sondagens semelhantes terem indicado a sujeira como um incômodo para os turistas. “Também recebemos muitas reclamações de taxistas que cobraram preços abusivos e da falta de táxis”, disse Marques.

O trabalho não incluiu questões relacionadas à violência contra homossexuais. Segundo o economista, a inclusão do tema ampliaria muito o questionário, o que poderia dificultar as entrevistas. Durante a coletiva, Tufvesson afirmou que, apesar dos dois títulos de melhor destino gay, a violência contra homossexuais ainda é um problema no Rio. Ele acredita, no entanto, que os turistas não têm essa percepção.

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“O casal gay chega ao Rio, dá as mãos, faz um carinho sem saber que pode estar correndo um risco. Ao mesmo tempo, o Rio tem essa imagem de diversidade. É uma contradição. Não dá para dizer que não há violência”, concluiu.

Dias antes do carnaval, um casal de namoradas foi espancado no Centro do Rio, quando saía do bloco Boi Tolo. Vanessa de Holanda, de 24 anos, e Leidiane Carvalho, de 31 anos, foram agredidas por dois homens. Vanessa levou chutes e teve as roupas rasgadas. Ao tentar ajudar, Leidiane também foi agredida.

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