Fundos de pensão fazem maior oferta por Aeroporto de Guarulhos
Consórcio Invepar - ACSA é composto pelos fundos Previ, Petros, Funcef e a construtora OAS
O consórcio Invepar – ACSA, composto pelo grupo Invepar e pela Airport Company South Africa (ACSA), fez até o momento a maior oferta pelo Aeroporto de Guarulhos, durante o leilão de concessão de aeroportos que ocorre na manhã desta segunda-feira na BM&FBovespa. A oferta é de 16,213 bilhões de reais, número bem superior à segunda maior oferta, de 12,863 bilhões de reais, feita pelo consórcio Aeroportos do Brasil. O lance da Invepar – ACSA representa um ágio de 373% em relação ao preço mínimo estabelecido pelo governo. O segundo maior lance para Guarulhos foi da EcoRodovias, de R$ 12,863 bilhões, um ágio de 275%.
O grupo Invepar é composto pelos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef, além da construtora OAS. Já a ACSA é uma companhia da África do Sul que opera os três principais aeroportos do país africano: O.R. Tambo, Cape Town e King Shaka. A empresa também opera, desde 2006, o aeroporto de Mumbai, na Índia. valor de outorga é quase cinco vezes maior do que o mínimo estabelecido pelas regras estabelecidas para a concorrência. O valor de outorga apresentado pelo consórcio Invepar-ACSA é quase cinco vezes maior do que o mínimo estabelecido pelas regras para a concorrência.
Para o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, a maior oferta foi feita pelo consórcio Aeroportos do Brasil, de 3,821 bilhões de reais, ágio de 71% ante o preço mínimo estabelecido. Já o Aeroporto de Brasília recebeu a maior oferta de 3,5 bilhões de reais do consórcio Inframérica, o que representa ágio de 503%. Este último consórcio já possui a concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante e é composto pelo grupo Engevix e pelo Corporación America, da Argentina.
Cada consórcio poderá refazer suas ofertas ao longo de todo o dia, enquanto transcorrer o leilão. Contudo, a expectativa é de que o grupo Invepar não deixe escapar o controle do Aeroporto de Guarulhos, mantendo o governo, mesmo que indiretamente, no comando da operação do maior aeroporto do país.
Viva-voz – Após o fim das ofertas, foram anunciados os consórcios classificados para a segunda fase do leilão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília, previsto para começar daqui a pouco na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. Três consórcios continuam na disputa por Guarulhos; quatro, por Campinas e quatro, por Brasília. Até agora, o leilão rendeu R$ 23,5 bilhões ao governo.
Continuam no leilão disputando Guarulhos os consórcios liderados pela Invepar com a sul-africana ACSA; pela OHL e a espanhola Aena; e a EcoRodovias com a alemã Fraport. Na disputa por Campinas estão os consórcios liderados pela Triunfo, Invepar, OHL e Odebrecht. Já para o leilão viva-voz por Brasília estão classificados os consórcios liderados pela Engevix, Invepar, OHL e Fidens.
Foram selecionados para a disputa viva-voz os consórcios que ofereceram as três maiores ofertas válidas. Na disputa viva-voz só serão aceitos lances que alterarem a posição do consórcio na classificação geral. Os vencedores serão os consórcios cujas ofertas combinadas dos três aeroportos propiciarem ao governo a maior arrecadação.
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Dinâmica inédita – Os três aeroportos têm leilão simultâneo. Isso significa que os lances feitos pelos consórcios para cada um dos terminais entram em uma conta única. Será escolhida a combinação de ofertas que apresentar o maior valor acumulado para os três aeroportos. A estratégia maximiza a arrecadação do governo federal e praticamente inviabiliza tentativas de um concorrente de tentar adivinhar o lance dos outros.
Nesta lógica, o consórcio que apresentar o maior valor por um dado aeroporto não necessariamente ganhará a concessão. Isso porque, primeiramente, de acordo com o edital, um consórcio não poderá ganhar duas concessões ao mesmo tempo. Além disso, é possível, por exemplo, que a segunda melhor oferta de determinado ofertante seja a justamente aquela que maximiza a receita do governo quando considerado o total dos lances. Logo, essa empresa pode levar um terminal, que é o segundo de sua preferência, e não aquele pelo qual ofereceu o maior valor. “Trata-se da melhor proposta conjunta, composta por três consórcios diferentes. Desta forma, o consórcio só saberá que ganhou no final do leilão”, explica André Demarco, diretor de operações da BM&FBovespa e leiloeiro do evento.
Manifestações – Do lado de fora da BM&FBovespa, manifestantes do Sindicato de Aeroportuários protestam contra o leilão. No discurso, criticam a presidente Dilma Rousseff por “entregar um bem do estado ao setor privado”. “O PT não é seu. O PT é nosso, Dilma”, gritam os sindicalistas petistas.
(Com Agência Estado)