Fundos abutres já rondam a dívida da OGX
Alta liquidez nas compras de vendas de títulos de dívida da petroleira pode significar entrada de fundos que compram papéis problemáticos
Investidores estrangeiros já começam a se posicionar esperando uma eventual reestruturação da dívida da OGX, braço de petróleo da EBX. Analistas acreditam que a empresa não estará apta a cumprir todos os seus compromissos, mesmo se colocar à venda alguns de seus ativos ou exercer a opção de put, ou seja, se houver uma injeção de capital de 1 bilhão de dólares de Eike Batista, controlador da companhia. Especula-se que a dívida da companhia seja de cerca de 3,6 bilhões de dólares em títulos com vencimento em 2018 e 2022.
Além dos bônus estarem sendo negociados em níveis de preço que já embutem uma possível reestruturação de dívida, a liquidez tem aumentado considerad nas pontas de compra e de venda, indicando a presença de fundos especializados em papéis que estão prestes a serem reestruturados, os chamados �fundos abutres�. Esses fundos começam a comprar papéis até ficaram com a maior participação (25% dos papéis no mercado) em uma situação de reestruturação, que pode envolver processos judiciais�, explicou a operadora sênior de dívida do Credit Agricole Securities, Juliana Moreira.
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Para muitos analistas, a incapacidade de gerar caixa somada aos vencimentos previstos deixam poucas alternativas para a empresa e o caminho da reestruturação da dívida é muito provável. �”A questão é matemática, a conta não fecha”�, disse Juliana, do Credit Agricole. A percepção é que a empresa, mesmo se contar com uma injeção imediata de capital, pode não gerar caixa suficiente a partir do próximo ano para honrar suas dívidas.
O banco Barclays disse em nota a clientes que o anúncio feito pela OGX sobre a desistência de alguns de seus campos traz incertezas quanto a �viabilidade� da companhia no curto e no longo prazo e que o pagamento imediato de 449 milhões de dólares para a OSX deixa a empresa com menos de um trimestre de caixa.
Para o Deutsche Bank, a reestruturação da dívida não deve ser descartada, ainda mais porque o exercício da put (subscrição de até 1 bilhão de dólares em novas ações da companhia) é desvantajosa para seu controlador. Diante da forte depreciação das ações, Eike poderia perder o equivalente a 2 bilhões de reais caso fizesse a injeção. O banco estima em 4 bilhões de dólares as dívidas da empresa, incluindo bônus externos, emissão de debêntures e crédito contratado com instituição financeira estrangeira.
Também em documento a clientes, o JPMorgan estimou que a OGX necessita de uma injeção mínima de capital de 700 milhões de dólares para garantir a operação até meados de 2014. No entanto, o banco disse que essa injeção pode dar um fôlego para a empresa no curto prazo, mas não cobre o vencimento dos bônus de US$ 2,6 bilhões em 2018.
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(com Estadão Conteúdo)