Fundo sueco engrossa lista de acionistas que processam Petrobras
Fundos americanos e alguns europeus, além de minoritários brasileiros, já entraram na Justiça contra a estatal
O maior fundo de investimentos da Suécia, o AP 1, vai iniciar um processo contra a Petrobras, engrossando a lista que já conta com alguns americanos e europeus, além de minoritários brasileiros. O fundo alega que a Petrobras não informou em seu balanço sua real situação econômico-financeira, não provou que seus controles anticorrupção eram eficazes e supervalorizou ativos.
O AP 1 detinha 3,7 milhões de dólares (11,1 milhões de reais) em ativos da estatal até dezembro. Em 2014, as ações da Petrobras perderam 43% de seu valor de mercado. Diferentemente de fundos americanos e alguns europeus, que se uniram para entrar com um processo único, o fundo sueco quer correr na Justiça separadamente. O segundo maior fundo do país, o AP 3 também estuda entrar com a ação, afirmaram ao jornal Financial Times.
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Investidores americanos já entraram na Justiça dos Estados Unidos pedindo indenizações por terem sido “enganados” com números que não correspondiam à realidade, já que foram possivelmente inflados pelos contratos superfaturados. As ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Valores de Nova York) da Petrobras nos Estados Unidos precisam seguir as regras de governança estabelecidas pela Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que corresponde nos EUA à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A própria SEC está investigando as denúncias de corrupção na Petrobras desde outubro do ano passado. Ao contrário do Brasil, apurações desse tipo costumam ser rápidas nos EUA e são passíveis de multas bilionárias para a empresa condenada.
Em dezembro, a CVM abriu inquérito administrativo para apurar responsabilidades de executivos da Petrobras em denúncias de corrupção envolvendo a companhia. Em meados de março, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu apurar a responsabilidade de integrantes do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal da Petrobras nos casos de possíveis falhas cometidas na gestão da petroleira. A presidente Dilma Rousseff foi presidente do Conselho de Administração da petroleira entre 2003 e 2010. O período engloba equivocadas decisões do conselho, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A aquisição de Pasadena, investigada por vários órgãos, foi o estopim para criação da CPI mista da Petrobras, no ano passado.
(Com Estadão Conteúdo)