A França escolheu nesta sexta-feira a General Electric (GE) para formar uma aliança com a Alstom em sua divisão de energia. Assim, a oferta conjunta da Siemens e da Mitsubishi Heavy Industries, oficializada há uma semana, foi rejeitada. Contudo, o ministro francês da Economia, Arnaud Montebourg, disse que pediu mudanças no contrato proposto pela GE e que o formato de joint ventures em outras áreas que vão de energia nuclear a renovável ainda será discutido. “Os pontos que levantamos com a General Electric são precisos e técnicos, mas necessários”, disse Montebourg em entrevista coletiva após dois dias de negociações envolvendo os chefes das três companhias interessadas, além do presidente François Hollande e de seus principais ministros.

O estado francês será o principal acionista da Alstom por meio da compra de uma participação de 20% da Bouygues, que detém 29% da companhia. Montebourg reforçou ainda que a França exigiu condições rígidas para “garantir a independência energética, a criação de empregos em território nacional e a manutenção de centros de decisão na França”. Ele comentou ainda que havia apoiado inicialmente a oferta da Siemens e da Mitsubishi, mas que foi convencido por outros representantes do governo.

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A decisão encerrou semanas de suspense em torno de uma das mais ferozes batalhas da indústria na Europa em anos, mas deixou grandes questões em aberto sobre a forma definitiva de uma aliança que a GE espera que irá abrir acesso a novos mercados de energia. O Conselho da Alstom se reunirá ainda nesta sexta-feira para transmitir sua decisão sobre o negócio. Alstom, GE e Siemens se recusaram a comentar o assunto.

O governo e a Bouygues ainda têm de chegar a um acordo sobre o preço da fatia, afirmaram fontes com conhecimento das negociações. Baseada no atual valor de mercado da Alstom, uma participação de 20% seria equivalente a 1,7 bilhão de euros (2,32 bilhões de dólares). A GE vai vender seu negócio de sinalização ferroviária para a Alstom como parte dos planos para fortalecer as atividades de transporte do grupo francês, fabricante dos famosos trens de alta velocidade TGV.

As atividades nucleares da Alstom serão tocadas em uma joint venture de partes iguais com a GE na qual o estado francês deterá uma ação com poder de veto, disse o ministro francês.

(com agência Reuters)