Em crise, fornecedora da Petrobras vai cortar até US$ 916 mi em custos
Enfrentando dificuldades por causa da queda no preço do petróleo, Technip indicou, em comunicado, que pode demitir até 6.000 pessoas
Uma das principais fornecedoras da Petrobras, responsável por afretamento de embarcações, a Technip anunciou nesta segunda-feira cortes que podem chegar a 916 milhões de dólares até 2017, em função da retração do mercado de óleo e gás em todo o mundo, com a queda nas cotações do petróleo.
A companhia anunciou que poderá reduzir sua presença no Brasil e que poderá levar anos até reaver créditos em projetos “em disputa com clientes”, citando a construção de refinarias no país. Ao todo, a Technip indicou que vai demitir até 6.000 pessoas de forma “progressiva” em todo o mundo.
A companhia possui atualmente 24 contratos ativos com a Petrobras que somam mais de 5,7 bilhões de reais e têm vencimento até 2021. Metade dos contratos se refere à afretamento de embarcações e serviços de operação dos navios de apoio à produção. Ela atua no país desde 1974, com fornecimento de dutos e equipamentos, manutenção e operação de embarcações, além de outros segmentos submarinos.
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Em comunicado aos trabalhadores, a empresa atribui os cortes à “significativa queda do preço do petróleo” e a consequente “desaceleração” do setor. “Desde 2014, começamos a reagir rapidamente implementando medidas de redução de custo, mas o contexto difícil persiste e se agrava. Todos nossos clientes estão reduzindo seus investimentos e postergando ou anulando muitos de seus novos projetos de desenvolvimento de óleo e gás”, informou o CEO global, Thierry Pilenko, que assina o documento.
No comunicado publicado no site da empresa, os cortes são explicados pelas áreas de atuação. Parte “significativa” atingirá os segmentos onshore/offshore, principal segmento no país, que teve avaliação de “desempenho insatisfatório”.
A empresa ainda cita “disputas” com a Petrobras em seu comunicado, em referência a projetos não concluídos que demandaram recursos da empresa. “Technip tem, além disso, que reservar quantias apropriadas em projetos onde há uma disputa com os clientes sobre as mudanças e variações”.
O projeto em questão se refere à obra da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), onde a empresa atuava como sócia de consórcio com a empreiteira Tomé Engenharia, no valor de 1,2 bilhão de reais. O contrato tem validade até agosto, segundo o site da própria estatal.
(Com Estadão Conteúdo)