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FMI faz crítica à política fiscal e monetária dos EUA

Para Christine Lagarde, ajustes foram feitos de forma rápida e ineficiente

Por Da Redação
14 jun 2013, 18h16

O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu aos Estados Unidos nesta sexta-feira que revoguem os fortes cortes de gastos do governo e recomendou que o banco central do país continue com o programa de compra de títulos até pelo menos o final do ano, devido ao baque causado nos mercados globais ante os rumores de que o país corte os estímulos monetários que vêm sendo aplicados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos últimos três anos.

Em sua avaliação anual da saúde da economia dos EUA, o FMI estima que o crescimento econômico será de 1,9% neste ano. O FMI avalia que o crescimento poderia ser até 1,75 ponto percentual mais alto se não houvesse pressa para reduzir o déficit orçamentário do governo. Segundo a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, os ajustes foram colocados em prática de forma “rápida demais e ineficiente”.

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O Fundo também reduziu seu cenário para o crescimento econômico em 2014 para 2,7%, abaixo da estimativa de 3% publicada em abril. O Fundo afirmou em abril que ainda assumia que os profundos cortes de gastos públicos seriam rejeitados, mas descartou agora esse pressuposto.

Washington decretou, em março, cortes de gastos do governo federal generalizados, conhecidos como sequestro, porque o Congresso não conseguiu chegar a uma alternativa. O FMI disse que os EUA deveriam revogar os cortes de gastos e, em vez disso, adotar um plano para reduzir o ritmo de crescimento nos gastos com planos de saúde e de pensão financiados pelo governo.

O Fundo também sugere que os EUA aumentem a arrecadação de impostos. “A redução do déficit em 2013 tem sido excessivamente rápida e malfeita”, disse o FMI. “Esses cortes devem ser substituídos por um misto subsequente de benefícios governamentais e novas receitas, junto com as linhas da proposta de orçamento da administração (dos EUA).” O FMI alertou que os cortes nos gastos de educação, ciência e infraestrutura podem reduzir o crescimento potencial dos EUA no médio prazo.

Embora o Fundo tenha dito que a dívida total em todos os níveis do governo deve recuar após 2015, as finanças públicas, mesmo assim, trilham um caminho insustentável devido ao envelhecimento da população e aos maiores gastos com saúde. “Agora, nosso conselho é não apenas diminuir (os cortes fiscais)”, disse a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em coletiva de imprensa. “Nosso conselho também é apressar: apressar-se em implementar um projeto de médio prazo para restaurar a sustentabilidade fiscal no longo prazo”.

Política expansionista – O Fundo recomendou ainda que o Federal Reserve, banco central dos EUA, mantenha suas maciças compras de ativos até pelo menos o fim do ano para dar suporte à recuperação dos EUA, mas também deve se preparar para recuar no futuro.

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O Fed está, atualmente, comprando 85 bilhões de dólares por mês em títulos do Tesouro e títulos hipotecários. O objetivo é manter as taxas de juros em níveis bastante baixos e impulsionar o crescimento do emprego. A especulação sobre quando o Fed poderia começar a diminuir suas compras de títulos afetou os mercados financeiros recentemente.

Com isso, fluxos de saída de recursos aplicados em bônus e o aumento na volatilidade oferecem um relance preocupante de como os mercados devem se comportar à medida que o Fed trabalha para reduzir seu enorme estímulo monetário. O FMI disse que a diminuição das políticas devem apresentar desafios, e que é importante que o Fed comunique-se efetivamente com os mercados.

O Fundo também afirmou que o longo período de taxas de juros baixas tem consequências no futuro, semeando futuras vulnerabilidades financeiras.

(Com Estadão Conteúdo)

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