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FMI adverte Brasil sobre riscos de explosão de crédito

Para Fundo, as altas taxas de juros podem frear o crescimento a longo prazo; para Brasil, medidas anticrise não apresentam riscos

Por Da Redação
31 jul 2012, 13h55

O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou nesta terça-feira a “resistência” mostrada pelo sistema financeiro do Brasil perante a crise mundial, mas advertiu sobre o auge de crédito e as altas taxas de juros que podem frear o crescimento a longo prazo. “Há um risco que o sistema financeiro do Brasil possa ser vítima de seu próprio sucesso”, assinala o FMI em seu relatório de Avaliação sobre a Estabilidade do Sistema Financeiro (FSAP, em inglês).

Segundo os cálculos do Fundo, o crédito no Brasil dobrou nos últimos dez anos, algo que contribuiu para o grande “crescimento econômico brasileiro e fomentou uma maior inclusão financeira’.

No entanto, este boom de crédito, diz o FMI, gerou vulnerabilidade em alguns setores, especialmente no doméstico, o que deve ser cuidadosamente supervisionado.

Por outro lado, o organismo dirigido por Christine Lagarde avaliou positivamente as políticas macroprudenciais postas em prática, entre as quais destacou a efetividade de medidas de controle de entrada de capitais, a flexibilidade da taxa de câmbio e o alto nível de reservas.

Apesar disso, reiterou que o contexto de incerteza econômica global pode afetar o Brasil por causa de seu papel de exportador mundial e seu atrativo para os fluxos de investimento.

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O FMI, além disso, prevê que as taxas de juros, que recentemente caíram de 8,5% para 8%, continuem em baixa para estimular o aquecimento econômico do país, embora ainda se ‘encontrem bastante acima dos níveis de países semelhantes’.

“O sistema está ainda baseado em um equilíbrio de altas taxas de juros e curta duração, que limitam o desenvolvimento dos mercados de capital e o potencial de crescimento a longo prazo”, indicou o relatório, que atribui esta situação ao histórico brasileiro de alta inflação.

O Fundo rebaixou há cerca de duas semanas as previsões de crescimento da economia do país para 2012 de 3% para 2,5%.

Além disso, ressaltou a proeminência do setor público no sistema financeiro, especialmente através do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e recomendou que deveria ser facilitada uma maior participação do setor privado que permita estimular a economia.

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Posição do Brasil – O diretor executivo do FMI no Brasil e de mais oito países, Paulo Nogueira Batista Junior, acredita que as medidas anticrise que estão sendo adotadas pelo governo até o momento não apresentam riscos para o cumprimento do superávit primário do país deste ano, cuja meta é de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

“A preocupação principal do governo é reativar a economia não só com incentivos fiscais, mas também por meio de crédito e redução de juros”, afirmou o dirigente, durante mesa redonda sobre o posicionamento global dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O crescimento brasileiro deve atingir taxas de 4% a 4,5% nos próximos 18 meses, estimou Batista Junior. Otimista, o dirigente acredita que o efeito do juro mais baixo ainda não foi completamente sentido pela economia. Ele disse ainda que esta avaliação leva em conta o cenário atual, sem grandes “colapsos” na economia europeia e sem considerar a hipótese de uma nova rodada de estímulos por parte do governo, que vem sendo esperada para agosto.

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(com Agência EFE e Agência Estado)

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