Ferreira pediu afastamento da Petrobras por questões de saúde, diz ministro
Eduardo Braga, de Minas e Energia, afirmou que pedido de licença de Murilo Ferreira da presidência do Conselho da estatal foi motivado por 'questões pessoais'
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou nesta segunda-feira, 14, em Moscou, que o afastamento de Murilo Ferreira da presidência do conselho de administração da Petrobras ocorreu por “razões pessoais” de saúde. “Pelo que ele me disse, era uma questão pessoal, de saúde, que ele precisava pedir um afastamento de até 60 dias para tratar de saúde”, afirmou.
Questionado se haveria razões políticas para o afastamento, Braga negou. “Não me pareceu necessário fazer nenhuma outra investigação. O Murilo é uma pessoa muito reservada. Não posso dizer nem qual é a extensão desse problema.”
O ministro lamentou o “afastamento” e assegurou ser “temporário”. Pela manhã, a estatal divulgou comunicado ao mercado, confirmando a licença do executivo do colegiado até 30 de novembro de 2015. Braga ainda disse torcer “para que não seja nada grave” e sim apenas por precaução. “É indiscutível a capacidade e a conduta do doutor Murilo. Sua postura é sempre muito correta e construtiva.”
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Uma fonte da companhia, no entanto, contraria a versão de Braga. À agência Reuters, disse que Murilo pediu licença do cargo para concentrar-se na gestão da mineradora Vale, da qual é presidente-executivo. “A situação deles é complicada porque a Vale se concentra em um produto só (minério de ferro), não é fácil”, disse a fonte da Petrobras.
Murilo Ferreira acumula funções nas duas companhias, que estão entre as maiores do país, desde o final de abril, quando o governo federal permitiu uma mudança quase completa no Conselho da Petrobras. Enquanto a petroleira tenta resolver seus problemas de caixa, em um momento de alto endividamento e de escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, a Vale enfrenta dificuldades com o mercado de minério de ferro.
Candidatos – Segundo a coluna Radar on-line, Aldemir Bendine, presidente da estatal, articula para que Luciano Coutinho, presidente do BNDES, assuma a presidência do Conselho de Administração da Petrobras durante a licença de Murilo Ferreira. Enquanto isso, os integrantes do Conselho de Administração da estatal que têm origem no setor privado escolheram o conselheiro Nelson Carvalho como candidato a presidente do conselho.
(Com agência Reuters)