Manaus, 28 out (EFE).- Com foco em negócios na região amazônica, a sexta edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM), realizada nesta semana em Manaus, tem como destaque discussões sobre projetos resultantes das políticas públicas para desenvolvimento socioeconômico sustentável.
Promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por meio da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a FIAM conta com 140 estandes e cerca de 400 expositores divididos em dois pavilhões, sendo um destinado a produtos de alta tecnologia desenvolvidos por grandes fabricantes na Zona Franca de Manaus e outro a artigos de pequenos empreendedores locais, fortemente pautados pela sustentabilidade.
Entre as empresas de peso, multinacionais como Semp Toshiba, LG, Nokia, Sony, Kawasaki e Samsung trouxeram aos estandes os últimos lançamentos de produtos fabricados no parque industrial local, e que incluem motos, automóveis, telefones celulares e televisores que utilizam tecnologia de última geração.
Já entre os pequenos empreendedores destacam-se as iniciativas de empresas apoiadas pelo Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE), que tem suporte da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam).
Este é o caso da Pentop, que desenvolveu uma caneta interativa pioneira no Brasil que, por meio da sonorização e codificação realizadas através de microchips e câmera infravermelha, pode ser aplicada para diversos fins, como livros didáticos infantis e voltados a deficientes visuais ou ao ensino de idiomas.
Segundo o diretor da empresa e idealizador da iniciativa, Marivaldo Albuquerque, a tecnologia pôde ser desenvolvida a partir de parcerias feitas com fabricantes chineses na cidade de Shenzhen. Depois do primeiro protótipo executado, outras variações da ferramenta foram criadas de acordo com as necessidades de cada projeto.
Os destaques apresentados pela Pentop foram etiquetas elaboradas para deficientes visuais, que depois de serem sonorizadas podem ser coladas e lidas pela caneta em objetos, alimentos e remédios e utilizadas para facilitar seu dia a dia, e um guia turístico sonorizado de Manaus, que foi financiado por uma agência fomentadora do Ministério da Ciência e Tecnologia e traduzido em oito idiomas.
De acordo com Albuquerque, um dos projetos da empresa é apresentar o produto às comissões locais das cidades sedes da Copa de 2014 para que adotem o modelo do guia em cada uma delas.
Outra empresa incubada pelo CIDE é a HVS, uma iniciativa familiar focada na criação e fabricação de moldes plásticos, ferramentas e máquinas. Entre seus produtos está a Papa Pet, que recolhe garrafas plásticas separando-as do rótulo e da tampa e moendo os três materiais separadamente. Os componentes são então reaproveitados para diversos usos, como a fabricação de tijolos montáveis a partir das tampas.
Segundo Vanilda Garcia, sócia da empresa em parceria com o marido, no momento a tecnologia é aplicada apenas para casas de brinquedo, mas a família espera a certificação do Inmetro para começar a construir residências, para as quais, de acordo com a empresária, já há encomendas.
Os imóveis terão estrutura de ferro e telhas produzidas a partir de garrafas pet. Vanilda explica que já foram realizados testes que comprovam a resistência das casas que, além de serem ecológicas, possuem a vantagem de precisarem de apenas uma semana para serem erguidas. EFE