Ex-diretor da SBM diz que CGU não se esforçou para investigar Lava Jato antes das eleições
Jonathan David Taylor, ex-diretor da empresa holandesa, foi ouvido nesta terça-feira, em Londres, por integrantes da CPI da Petrobras
O ex-executivo da empresa holandesa SBM Offshore Jonathan David Taylor disse que “está absolutamente certo” de que o ritmo dos trabalhos da Corregedoria Geral da União (CGU) sobre as denúncias de pagamento de propina na Petrobras “não foi coincidência”. Segundo ele, o órgão de controle do governo deliberadamente atrasou a apuração das irregularidades da Lava Jato para não impactar o resultado. “Foi um esforço consciente para suprimir informações-chave dos brasileiros até após as eleições presidenciais de outubro”, disse em rápida entrevista após deixar a sala onde prestou depoimento de mais de sete horas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em Londres.
Taylor afirmou que apresentou evidências à CGU em agosto do ano passado que mostravam que propina foi paga por seu representante no Brasil, Julio Faerman, a executivos da Petrobras. “Mas isso não foi revelado mesmo com a entrega dos documentos que fiz à CGU em agosto até depois das eleições”, disse o ex-executivo. “Estou absolutamente certo de que isso não é coincidência”, disse Taylor. O órgão foi presidido até o fim do ano passado pelo ministro Jorge Hage.
LEIA TAMBÉM:
Juiz autoriza CPI a tomar depoimento de empreiteiros
Delator que implicou Vaccari pede perdão judicial
Em entrevista publicada no jornal ‘Folha de S.Paulo’, Taylor relatou ter enviado ao órgão de controle um dossiê que comprovaria que a empresa da Holanda pagou propina a funcionários da Petrobras para fechar contratos de aluguel de plataformas. Segundo ele, porém, a investigação só teria sido aberta após a reeleição de Dilma.
Sete parlamentares viajaram a Londres para sabatinar Taylor. O grupo é composto pelos deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), André Moura (PSC-SE), Bruno Covas (PSDB-SP), Celso Pansera (PMDB-RJ), Efraim Filho (DEM-PB), Leo de Brito (PT-AC) e Marcelo Squassoni (PRB-SP), segundo a secretaria da CPI.
(Com Estadão Conteúdo)