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Europa vive tensão econômica ante temor de contágio da Itália

Ações de bancos recuaram mais de 6% com o aumento do risco sobre a economia italiana

Por Da Redação
11 jul 2011, 15h37

A Bolsa de Milão fechou o pregão desta segunda-feira com forte recuo de 3,96% por conta da percepção entre os investidores de que a crise da dívida aportou na Itália – a terceira maior economia da zona do euro, depois de Alemanha e França. As dúvidas em relação à saúde dos bancos italianos também ajudaram a proliferar a tensão, a uma semana do resultado dos testes de estresse nas instituições financeiras da Europa.

As ações do Unicredit Spa, o maior banco da Itália, desabaram quase 8%, ao passo que os papéis do Intesa San Paolo recuaram 7,74% e os do UniCredit cederam 6,33%. Outras bolsas europeias fecharam com forte queda e os juros dos títulos da dívida italiana, bem como os da espanhola, atingiram o pico desde a implantação da moeda comum do bloco.

Política e economia – Analistas apontam que a crise política – com recentes embates entre o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, e o ministro das Finanças, Giulio Tremonti – é a responsável por colocar a Itália no centro das desconfianças do mercado. Na semana passada, Berlusconi admoestou publicamente Tremonti por propor medidas excessivamente impopulares. “Tremonti julga que é um gênio e todos os outros são estúpidos”, reclamou o premiê em entrevista.

O mercado entendeu que está por vir um plano de austeridade fiscal menos rigoroso que o prometido. O ministro das Finanças havia proposto um pacote de redução das despesas do governo calculado em 40 bilhões de euros. A intenção era equilibrar o orçamento até 2014 e escapar de um rebaixamento do rating italiano por parte das agências de classificação de risco; o que recentemente aconteceu com Portugal.

Os economistas apontam que essas divergências políticas internas são suficientes para que o sistema financeiro passe a cobrar juros maiores para rolar a dívida italiana, o que só agrava os problemas do país. Somam-se a isso um crescimento econômico anêmico (de 0,1% no primeiro trimestre) e uma dívida acumulada que fica logo atrás da grega: de 120% do PIB.

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Alemanha cobra plano crível – A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse nesta segunda-feira que a Itália deve enviar um “sinal muito importante” aos investidores nervosos, garantindo a apresentação de um plano crível para consolidar os planos para o orçamento do país. Merkel acrescentou que conversou ao telefone neste domingo com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, sobre a posição da dívida da Itália e sobre o plano orçamentário.

“Acredito haver um sinal muito importante de que a Itália deve enviar a aprovação de um orçamento que inclua a consolidação necessária”, disse Merkel. “Tenho completa confiança de que o parlamento italiano irá aprovar tal orçamento”, acrescentou.

Reunião de emergência – Merkel afirmou que a reunião de emergência das autoridades da União Europeia e os ministros das finanças, que ocorre nesta segunda-feira em Bruxelas, precisa ter como foco a preparação de um novo pacote de ajuda para a Grécia, e que a zona do euro deve continuar a fazer o que for necessário para proteger a moeda comum. “A Alemanha e seus parceiros na zona do euro estão completamente comprometidos em defender a estabilidade do euro de modo geral”, afirmou Merkel.

Apesar de ter sido convocada para debater os problemas da Grécia, já está definido que a reunião dos líderes europeus também incluirá o debate sobre a Itália. O objetivo é buscar saídas para frear rapidamente o contágio italiano da crise da dívida que já envolveu Grécia, Irlanda e Portugal.

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(com Agencia France-Presse e Agência Estado)

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