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Eurogrupo põe Grécia contra a parede nesta 2ª feira

Em Bruxelas, ministros das Finanças da zona do euro darão o seguinte ultimato a Atenas: ou cumpre reformas ou sai da união monetária

Por Da Redação
14 Maio 2012, 09h26

A Eurozona dará um ultimato à Grécia na reunião de ministros das Finanças (Eurogrupo) desta segunda-feira e pedirá ao país para que confirme o cumprimento de seu programa de ajustes ou aceite sua saída da União Monetária (UE).

Ainda nesta segunda-feira, mais cedo, o governo alemão exortou Atenas a cumprir os compromissos assumidos em sua agenda de reformas e nos prazos previstos, declarou um porta-voz do ministério das Finanças do país. “É o único caminho e o mais justo para a recuperação da Grécia”, disse à imprensa. “Este programa é valido inclusive depois das eleições”, acrescentou. O pleito do final do início deste mês levou a um caos político no país, já que, mesmo depois de uma semana, os partidos não foram capazes de formar um governo de coalizão.

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Avanço duvidoso – O encontro de ministros acontece em um momento no qual diminuem as esperanças de avanço nas negociações entre os líderes dos principais partidos gregos para tentar alcançar um acordo de governo, aumentando assim a possibilidade da convocação de novas eleições em junho.

Nesta segunda, o líder do Dimar, um pequeno partido de esquerda grego, Fotis Kuvelis, pró-europeu, disse que formar um novo governo de unidade na Grécia será impossível. “Não poderá surgir nenhum governo de união”, disse Kuvelis, ao comentar a firme rejeição do partido da esquerda radical Syriza a participar de uma coalizão com social-democratas e conservadores – em referência ao Pasok e à Nova Democracia (ND), que acordaram os planos de austeridade com a União Europeia (UE).

Posição da CE – “Vemos o futuro da Grécia no euro e queremos que a Grécia permaneça no euro“, afirmou a porta-voz da Comissão Europeia, Pia Ahrenkilde, antes do início da reunião dos 17 ministros de Economia e Finanças do Eurogrupo. Pia, no entanto, também reforçou a advertência recente do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso: “Se um membro do clube não respeita as regras, o melhor é que saia do clube”.

A Espanha, apesar de estar também no foco das preocupações europeias, disse à Grécia que “a permanência no euro implica em uma série de obrigações”, conforme declarou o chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo em sua chegada à reunião com seus sócios europeus em Bruxelas, em um encontro prévio à reunião de ministros das Finanças.

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“O melhor que a Grécia poderia fazer por sua própria sobrevivência e pela sobrevivência da união monetária é formar um governo o quanto antes e confirmar o cumprimento das medidas de rigor necessárias para que o país continue recebendo ajuda”, disse o chanceler espanhol, cujo país também está sujeito a duras medidas de ajuste acordadas com Bruxelas.

Madri na berlinda – A Espanha, por sua vez, também terá de dar explicações sobre sua reforma bancária e sobre a nacionalização parcial do Bankia – a maior união de caixa de poupança e o quarto maior banco do país. A nova reforma para sanear o setor, que obrigará as instituições financeiras a provisionar 30 bilhões de euros a mais em 2012, soma-se a medidas anteriores, introduzidas em fevereiro, que já impuseram 53,8 bilhões de euros em provisões aos bancos. As entidades bancárias espanholas carregam cerca de 184 bilhões de euros (238 bilhões de dólares) em ativos imobiliários de valor duvidoso, que representam 60% de sua carteira.

Essa preocupação reflete-se nos mercados, os quais se perguntam sobre a saúde da economia espanhola, em meio a uma série de dados ruins. Uma análise recente da Comissão Europeia estimou que a Espanha descumprirá não só sua meta de déficit de 5,3% para este ano, mas também a de 3% para 2013. Essas estimativas foram um balde de água fria para o governo conservador de Mariano Rajoy, que empreendeu medidas de austeridade para economizar 30 bilhões de euros, conforme acordado com seus sócios europeus.

Bruxelas decidirá em 30 de maio se estabelecerá mais medidas de ajuste a Madri, ou se, em vez disso, estenderá até 2014 o prazo exigido para cumprir com a meta de déficit de 3%. Contudo, dizem os analistas, é difícil imaginar mais medidas de austeridade em um país onde a própria CE prevê uma queda do PIB de 1,8% para este ano e um recuo de 0,3% para 2013, com o desemprego atingindo 25,1% da população economicamente ativa.

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(Com agência France-Presse)

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