Eurogrupo e FMI chegam a acordo sobre resgate grego
Grécia conseguiu mais limite para se endividar. Com a definição das regras, país vai receber € 43,7 bi de ajuda em 4 parcelas
O Eurogrupo e o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram na noite desta segunda-feira, já madrugada de terça na Europa, a um acordo sobre a dívida grega. Pelas regras acertadas, o país poderá comprometer até 124% do PIB em 2020, segundo o comunicado oficial divulgado ao final da reunião dos ministros das Finanças da zona do euro em Bruxelas, na Bélgica. O percentual beneficiou a Grécia, pois ficou acima dos 120% exigidos pelo FMI. Mesmo assim, o governo grego terá que reduzir sua dívida em 40 bilhões de euros nos próximos oito anos.
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“O Eurogrupo conclui que foram cumpridas as condições necessárias para que os estados-membros lancem os procedimentos nacionais relevantes requeridos para a aprovação do novo desembolso do fundo de resgate temporário”, afirmaram os 17 países do Eurogrupo na nota.
Com isso, serão desbloqueados 43,7 bilhões de euros de ajuda internacional que a Grécia necessita com urgência para fazer frente a seus pagamentos. Desta quantia, 34,4 bilhões serão desembolsados em dezembro, dos quais 10,6 bilhões serão destinados ao financiamento orçamentário e 23,8 bilhões serão entregues em bônus do fundo de resgate temporário para capitalizar os bancos.
Os 9,3 bilhões restantes serão pagos a Atenas em três parcelas ao longo do primeiro trimestre de 2013 e estarão condicionados ao cumprimento por parte da Grécia de novos compromissos estipulados com a troika – grupo formado por Comissão Europeia, FMI e Banco Central Europeu.
Tributos – Entre as medidas condicionadas está incluída a implementação da reforma tributária pactuada com a troika até janeiro. “O desembolso está claramente ligado à implementação dos objetivos fixados no memorando de entendimento do resgate. Inclui uma reforma tributária muito grande que deverá estar a ponto de ser iniciada em parte em janeiro e que é crucial para as finanças públicas e essencial para a justiça social”, assinalou o vice-presidente econômico da Comissão Europeia, Olli Rehn.
O desembolso estipulado nesta segunda-feira após 13 horas de reuniões ainda precisa ser aprovado formalmente pelos 17 países do Eurogrupo em 13 de dezembro, após receber o sinal verde de vários parlamentos nacionais. Essa decisão estará condicionada, além disso, à revisão de uma “possível operação de recompra de dívida” por parte da Grécia, segundo o documento do Eurogrupo, que não acrescenta mais detalhes sobre essa medida.
(Com agências EFE e France-Presse)