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EUA dizem que não querem guerra comercial com o Brasil

Por Da Redação
9 mar 2010, 17h00

O secretário de Comércio dos Estados Unidos Gary Locke disse nesta terça-feira, em encontro com o ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge e com a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, que não interessa aos americanos uma guerra comercial com o Brasil. A informação foi confirmada por Miguel Jorge em entrevista após a reunião.

O governo brasileiro divulgou na segunda a lista dos 102 produtos americanos que deverão sofrer um aumento nos impostos sobre importação como retaliação aos EUA. A ação foi autorizada pela Organização Mundial de Comércio (OMC) em razão de uma antiga disputa entre os países envolvendo os subsídios do governo americano aos produtores de algodão. O valor total da retaliação deverá ficar em 591 milhões de dólares, segundo o Ministério do Desenvolvimento.

Miguel Jorge garantiu que o Brasil não vai abrir mão das retaliações comerciais caso não haja uma contraproposta do governo americano. “Uma guerra comercial não interessa ao Brasil, assim como não interessa a ninguém. Estamos prontos a negociar quando formos chamados”, disse o ministro.

Segundo Miguel Jorge, o Brasil ainda espera uma posição oficial do governo do presidente Barack Obama. “Não houve proposta, até porque esta não era uma reunião de negociação. Estamos esperando por uma negociação que até agora não aconteceu, mas isso tem de vir da parte deles”, disse.

Ainda segundo o ministro, Gary Locke não era a pessoa mais indicada para conduzir o processo de negociação com o Brasil. Ele criticou o fato de os EUA não terem enviado representantes do seu Departamento de Estado. “Eles não são as pessoas com as quais o Brasil negociaria. É como eu estar negociando um acordo diplomático com outros países, mas não sou eu quem negocia isso. Quem o faz é o ministro das Relações Exteriores”, comparou.

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O Brasil ganhou na OMC o direito de retaliar os Estados Unidos, já que o país concede subsídios à produção e à exportação de algodão. O valor pode chegar a 560 milhões de dólares em importações de bens por ano. Na terça-feira o secretário de Comércio dos EUA, Gary Locke, visitará o Brasil e deve fazer uma proposta para resolver a disputa, que atrai a atenção do mundo inteiro por ser uma das poucas em que a OMC autorizou uma retaliação cruzada, ou seja, a parte prejudicada pode retaliar contra um setor não envolvido na disputa.

Lista – A listagem inclui produtos como veículos, cosméticos, óculos, produtos do algodão, alimentos e soro de leite. O imposto de importação para veículos, por exemplo, passou de 35% para 50%. Já os cosméticos, como cremes de beleza e xampus, passam a ter alíquota de 36%. O soro de leite passará a ser importado com alíquota de 48%. Como retaliação, o Brasil poderia subir as alíquotas em até 100%.

Constam na lista ainda o metanol (com alíquota de 22%), paracetamol (28%), leitores de códigos de barras (22%), fones de ouvido (40%) e óculos de sol (40%). A tarifa sobre as importações de trigo (com exceção do trigo duro ou para semeadura) passa de 10% atualmente para 30%. Já a tarifa sobre o algodão cardado ou penteado será de 100%, ante 8% atualmente. O algodão simplesmente debulhado também terá tarifa de 100%, contra 6%. Essas são as tarifas mais altas na lista, incluindo produtos derivados.

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