EUA: criação de postos de trabalho decepciona em março
Indicador foi o mais fraco desde 2013 em março. Taxa de desemprego fica estável
A economia americana criou menos postos de trabalho do que o esperado em março, ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego permaneceu estável, comunicou o Departamento do Trabalho do país nesta sexta-feira. Foram gerados apenas 126.000 empregos no mês passado, queda de 52% em relação a fevereiro, e o menor nível de novas contratações desde dezembro de 2013. Os analistas projetavam para março entre 245.000 e 250.000 contratações. O governo revisou para baixo o resultado de fevereiro, passando-o de 295.000 para 264.000 postos de trabalho criados.
O índice de desemprego permaneceu estável, a 5,5%, como estava previsto pelo mercado. Em ritmo anual, a taxa de desemprego registrou queda de 1,1% e o número de desempregados recuou 1,8 milhão, a 8,6 milhões.
O salário médio por hora subiu 7 centavos. A remuneração média por hora registrou leve aumento de 2,1%, depois de 2% em fevereiro e 2,2% em janeiro.
Leia mais:
PIB dos EUA desacelera para 2,2% no 4º tri, confirma governo
Emergentes têm que se preparar para alta de juros nos EUA, diz Lagarde
Em março, os setores que continuaram contratando foram os de serviços empresariais, saúde e comércio varejista. Na outra ponta, o setor manufatureiro e a indústria do petróleo anunciaram demissões.
Mineração foi afetado pela queda do preço do petróleo e perdeu 11.000 empregos líquidos em março e mais de 30.000 no primeiro trimestre de 2015.
O setor de produção de bens, que tem sido afetado pelo dólar forte e preços mais baixos do petróleo, perdeu 13 mil postos em março – maior baixa desde julho de 2013. A valorização do dólar encarece os produtos americanos para a exportação.
O setor de construção, também sensível ao clima, perdeu postos de trabalho, depois da criação de 29.000 empregos no mês anterior.
“Não há dúvida de que a economia está mostrando os efeitos negativos do dólar mais forte e do colapso dos preços do petróleo. Os lucros de empresas ficaram sob pressão, e as contratações foram ajustadas em resposta a isso”, disse Jim Baird, vice-presidente de investimentos da Plante Moran Financial Advisors em Kalamazoo, Michigan.
(Com agências France-Presse e Reuters)