Espanha paga novo recorde por dívida de médio prazo
Mesmo com altos custos, há demanda forte por títulos do governo espanhol, o que mostra que país ainda consegue se financiar no mercado
Os custos de empréstimo da Espanha atingiram um novo recorde desde a criação do euro nesta quinta-feira. O Tesouro vendeu o título com vencimento em julho de 2015 a um rendimento de 5,457% ante 4,876% em maio, enquanto o título com vencimento em julho de 2017 foi vendido a um rendimento de 6,072% frente a 4,960% no mês passado. Esse foi o rendimento mais alto para um título de cinco anos desde 1997, dois anos antes de a Espanha adotar o euro.
Há dois dias, os custos da dívida espanhola já haviam batido um recorde e na última sexta-feira, o prêmio de risco espanhol (medido em comparação com os custos de financiamento alemão), também registrou seu maior patamar em anos, a 543,7 pontos básicos. Esses patamares são vistos como insustentáveis por alguns economistas
Apesar de custos maiores, o leilão provou que o Tesouro espanhol ainda pode ser financiado pelos mercados internacionais, porque houve demanda. O governo conseguiu vender 2,2 bilhões de euros em títulos, acima da meta estabelecida.
No entanto, os rendimento altíssimos contrastaram com a venda de títulos franceses desta quinta-feira com vencimento em 2014 por apenas 0,54%, ao passo que preocupações de que a Espanha pode ter que precisar de um resgate soberano total significa que os investidores internacionais estão optando por dívida de risco menor. Madri teve que pagar 4,706% para o mesmo vencimento.
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O mercado acredita que a Espanha precise fazer um novo pedido formal para a ajuda de até 100 bilhões de euros prometida pela União Europeia (UE) para ajudar seus bancos. Ele seria feito após a divulgação dos resultados de uma auditoria independente dos bancos espanhóis, que têm sido afetados pelos efeitos de uma quebra do setor imobiliários e por recessão. Fontes bancárias acreditam que os resultados dirão que os credores precisam levantar mais 60-70 bilhões de euros para melhorar suas posições de capital.
(Com agência Reuters)