Empresas estão priorizando corte de custos e não produção
Segundo relatório do Itaú BBA, muitas companhias reduziram significativamente volume de investimentos em 2014
A fragilidade do atual cenário econômico do país, com Produto Interno Bruto (PIB) em desaceleração e incertezas em relação ao futuro, mudou a agenda das empresas. Antes um hábito rotineiro para ganhar competitividade, o corte de gastos passou a ser estratégia de defesa do caixa de empresas de todos os segmentos, prioridade em detrimento dos investimentos em ampliação da capacidade produtiva. Com base nos balanços de cerca de 3.000 empresas, todas com faturamento acima de 100 milhões de dólares, o banco Itaú BBA avalia que 100% delas têm preocupação com cortes de custos.
Em uma mostra de 250 clientes desse universo, o banco constatou que 20% reduziram significativamente o volume de investimentos em 2014 em relação ao ano anterior. Quase a totalidade era de projetos de aumento da produção.
Em contrapartida, os aportes para projetos que visam a redução de custos se mantiveram ou cresceram, segundo João Carlos Genova, diretor de crédito do Itaú BBA. Por enquanto, diz ele, essas ações são, em grande parte, para cortar custos de operação, como focar a produção em linhas mais rentáveis, transferir instalações de um bairro mais caro para outro mais barato e trocar equipamentos menos produtivos por máquinas com maior nível tecnológico.
Mas, ele alerta que, se a demanda em geral não reagir, o próximo passo será a redução da produção via corte de empregos. Hoje as empresas relutam em demitir porque o custo para qualificar um trabalhador é alto e demanda tempo. Mesmo assim, já há muitos gestores prevendo redução da folha de pagamento neste ano.
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(Com Estadão Conteúdo)