Empresários brasileiros preferem Maduro na Venezuela, diz Reuters
A intenção do setor empresarial é que haja continuidade nos contratos estabelecidos na era Chávez
Se as eleições para a presidência da Venezuela ocorressem no próximo mês, empresários brasileiros votariam pelo sucessor chavista Nicolás Maduro, segundo reportagem da agência Reuters. A motivação é mais econômica do que política, aponta a agência, que conversou com executivos de diversos setores que têm a Venezuela como grande mercado. A intenção dos empresários é que haja continuidade nos contratos estabelecidos na era Chávez.
As exportações brasileiras para a Venezuela subiram 533% para 5 bilhões de dólares na última década, fazendo do país o segundo maior mercado para produtos brasileiros depois da Argentina – sobretudo em vendas de manufaturados. Os investimentos do Brasil na Venezuela chegaram a 20 bilhões de dólares no período, segundo economistas ouvidos pela Reuters.
A Venezuela é também o terceiro maior mercado para as carnes exportadas por empresas brasileiras, além de ser um país receptivo às grandes construtoras nacionais, como Camargo Correa e Odebrecht, para conduzir seus projetos de infraestrutura.
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A presença da Odebrecht na Venezuela é tão importante que o caudilho, em vida, chegou até mesmo a fazer chistes sobre nacionalizar a empreiteira, que tem mais de 8 mil funcionários no país, que trabalham em nove projetos. “Muitos veem a eleição de Maduro como algo favorável à presença do Brasil na Venezuela” disse à Reuters o economista Pedro Silva Barros, do Instituto Nacional de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
Em sua última visita ao Brasil, em julho de 2012, Chávez comprou seis aeronaves E-190 da Embraer por 271 milhões de dólares – e deixou o diálogo aberto para a aquisição de mais 14 aeronaves. “No curto prazo, a vitória de Maduro seria o melhor”, afirmou José Augusto de Castro, presidente Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).