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Emergentes conduzem crescimento econômico e social do mundo, aponta Pnud

Levantamento da ONU mostra que avanços em educação e saúde fizeram países do Hemisfério Sul promoverem reequilíbrio global que não era visto desde o pós-Guerra

Por Ana Clara Costa
14 mar 2013, 13h08

Promover o crescimento econômico ao mesmo tempo em que se reduz a desigualdade social tem sido um dos principais desafios das economias emergentes nas últimas décadas. Contudo, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) de 2013, divulgado na tarde desta quinta-feira, tal barreira vem sendo vencida com louvor pelas nações em desenvolvimento do Hemisfério Sul – sobretudo Brasil, China e Índia. “A ascensão dos países do Sul não tem precedentes em sua rapidez e escala. Nunca, na história, as condições de vida e perspectivas de tantas pessoas mudaram dramaticamente tão rápido”, aponta o relatório assinado pela diretora do Pnud, Helen Clark, e que teve sua divulgação feita na Cidade do México, pelo presidente mexicano Enrique Peña Nieto.

A pesquisa cita o Brasil, a China e a Índia como os principais motores de tal desenvolvimento nos últimos anos. Segundo o Pnud, a China reduziu seu déficit de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais que qualquer outro país do globo. Já o Brasil e a Índia colheram frutos de programas de transferência de renda e incentivo ao emprego. Em 1950, diz o relatório, os três países representavam não mais que 10% do Produto Interno Buto (PIB) mundial. Em 2050, o Pnud prevê que essas nações correspondam a 40% da geração de riqueza global. Isso significa que seu PIB conjunto será maior do que a soma das economias da Alemanha, da Grã-Bretanha, da França, da Itália, do Canadá e dos Estados Unidos. Tal avanço econômico será liderado, sobretudo, por parcerias tecnológicas entre as próprias nações em desenvolvimento, de acordo com o levantamento.

Arte - Pnud 2012
Arte – Pnud 2012 (VEJA)

O relatório não desconsidera as gritantes diferenças entre os indicadores sociais de países emergentes e desenvolvidos. Afinal, enquanto a Noruega guarda o primeiro lugar no ranking do IDH, o Brasil amarga a 85ª posição, à frente da China (101º) e da Índia (136º). Contudo, a pesquisa mostra que o avanço do IDH das 40 maiores nações do Hemisfério Sul foi maior do que as projeções da Organização das Nações Unidas (ONU). “O Sul está conduzindo o crescimento econômico global e as mudanças sociais pela primeira vez em séculos”, diz o estudo.

Efeitos da crise – O Pnud também mostra que, apesar dos avanços notados nos países emergentes, o ano de 2012 foi marcado pelo contágio da crise europeia. Isso significa que a melhora no IDH poderia ser maior, não fossem os problemas econômicos enfrentados pelas nações em crise, como Grécia, Espanha, Portugal e Itália. “Muitos países desenvolvidos estão impondo programas de austeridade severos que não só causam dificuldades para seus cidadãos, mas também estão minando as perspectivas de desenvolvimento humano de milhões de pessoas pelo mundo”, diz o levantamento.

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O Pnud cita Keynes – visto por muitos como o pai do desenvolvimentismo – para, inclusive, criticar os programas de austeridade implementados na Europa pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia. “Como disse John Maynard Keynes 75 anos atrás, o boom, não a crise, é a hora certa para a austeridade”, afirma a pesquisa, ao argumentar que os cortes de gastos apenas ampliarão o ambiente recessivo – em vez de estimular a recuperação.

Entre os países com o índice de desenvolvimento avaliado em “muito alto” pelo Pnud, todos, com exceção da Suécia, Catar e Ilhas Seychelles, tiveram desaceleração do indicador entre 2010 e 2012. O IDH desse grupo de países teve um crescimento médio anual de 0,40% entre 2000 e 2010. Contudo, ao estender a curva de avaliação para o intervalo de 2000 a 2012, o avanço médio anual desacelera para 0,36%, mostrando clara deterioração do cenário nos últimos dois anos.

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Prioridades para o futuro – Apesar do elogio aos avanços dos emergentes, o Pnud destaca alguns pontos que precisam ser trabalhados para a melhora do desenvolvimento humano nos anos que virão. A criação de políticas públicas direcionadas às camadas mais pobres é um deles. Segundo o estudo, investimentos devem ser feitos para conectar a população pobre com os mercados, para que elas consigam garantir sua subsistência.

O Pnud também aponta a melhora das relações comerciais e políticas entre países em desenvolvimento para que bons exemplos de projetos sociais e econômicos possam ser replicados em nações menos desenvolvidas. A criação de instituições que interliguem esses países e promovam a transferência de tecnologia é outro ponto abordado pela pesquisa. Ele deve ser considerado uma prioridade pelos países como forma de evitar a estagnação do desenvolvimento humano nos próximos anos.

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