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Embraer acredita que JetBlue não cumprirá acordo

Americana encomendou 100 aviões, mas até agora só determinou entrega de 49

Por Da Redação
20 jun 2011, 10h20

A Embraer acredita que há riscos no cumprimento do contrato pela companhia aérea americana JetBlue, de acordo com informações do presidente da fabricante de aviões, Frederico Curado. A JetBlue, que vem enfrentando dificuldades, foi a cliente lançadora do avião Embraer 190, de 100 passageiros, com pedido firme de 100 unidades e outras 100 opções de compra, em contrato assinado em 2003 avaliado à época em até 6 bilhões de dólares. “Já deveriam ter sido entregues os 100 (aviões do pedido firme) há bastante tempo. Era para terem sido entregues em quatro, cinco anos e isso não aconteceu. Temos tido uma enorme flexibilidade em termos de ajustar as entregas”, disse Curado na véspera da abertura da Paris Air Show, em Le Bourget.

A multa prevista em contrato para a JetBlue no caso de cancelamento do pedido acaba não sendo uma alternativa pelo valor irrisório diante da possibilidade de perda de um cliente dessa relevância. Até o final de março, a Embraer tinha entregue apenas 49 aviões para a JetBlue. Segundo Curado, se a companhia americana adotar em sua frota o novo avião A320neo, da Airbus, a fabricante brasileira “pode ter um risco maior” com as 51 aeronaves restantes da encomenda firme.

Questionado sobre as 100 opções de compra da JetBlue, o executivo foi taxativo: “Exercer as opções é pouco provável, sinceramente”. Ele frisou, contudo, que dada a diversificação da base de clientes – são cerca de 60 companhias aéreas atualmente no mundo voando com os E-Jets de 70 a 122 assentos da Embraer – o impacto no resultado da empresa não seria dramático. A Embraer tinha, no final do terceiro trimestre, pedidos firmes por 270 aviões comercias – o equivalente a entre dois e três anos de entregas. Além disso, a carteira contava com 705 opções de compra, número considerado expressivo por analistas.

Segundo Curado, a Embraer tem conseguido transformar mais de 50% das opções em encomendas firmes. A manutenção dessa taxa de sucesso dependerá da conjuntura econômica.

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Entregas – Sobre a meta de entregas de aviões comerciais em 2011, de 102 unidades, Curado disse que ela será cumprida apesar de problemas no fornecimento de componentes do Japão, decorrentes do terremoto e tsunami que atingiram o país asiático em março.

O atraso no recebimento de motores da General Electric com peças japonesas fará com que as entregas de jatos no segundo e no terceiro trimestres fiquem um pouco baixas, mas haverá concentração de outubro a dezembro para compensar. Curado disse ainda que a Embraer pretende ter pelo menos 1 pedido novo para cada entrega de avião comercial feita em 2011, para fazer a carteira de pedidos “crescer um pouco”.

O executivo afirmou que a Embraer já sente mais pressão de novos concorrentes nas campanhas de vendas, sobretudo da russa Sukhoi com o Superjet 100. Ele citou também o CSeries, da rival canadense Bombardier, ainda em desenvolvimento.

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Diante do aumento da competição, a Embraer tem sido criticada por alguns analistas pela demora em decidir seu próximo passo na aviação comercial, se remodela sua atual família de jatos ou se parte para um custoso e arriscado desenvolvimento de uma aeronave maior que a colocaria em disputa com as gigantes Boeing e Airbus. “Estamos sentindo o aumento da competição e não podemos ter ilusão de que vamos ficar de braços cruzados sem anunciar nossos planos e está tudo bem. A expectativa começa a aumentar. Eu continuo achando que até o final do ano a gente já tem um direcionamento”, disse.

Encomendas – Durante o evento em Le Bourget, a empresa disse ter recebido encomendas de 39 jatos regionais 190, no valor de 1,7 bilhão de dólares pelo preço de tabela. Os clientes incluem Air Lease Corp, Air Astana, General Electric, Sriwijaya Air e Kenya Airways. A Embraer previu ainda a demanda por 7.225 jatos regionais nos próximos 20 anos, no valor de 320 bilhões de dólares “Vimos uma demanda muito boa por nossos jatos”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, vice-presidente de aviação comercial da Embraer.

A empresa terminou março com 16 bilhões de dólares em pedidos firmes nos segmentos de aviação comercial, executiva e defesa, 400 milhões de dólares a mais que dezembro de 2010.

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(Com agência Reuters)

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