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Em pesquisa, IBGE reitera falta de hotéis para Copa e Olimpíadas

Para abrigar os Jogos Olimpicos, Rio de Janeiro precisa de mais de o triplo da quantidade de leitos que possui atualmente

Por Da Redação
28 fev 2012, 10h28

O Brasil recebeu, em 2011, cerca de 5,4 milhões de turistas estrangeiros e um número ainda desconhecido, porém não menos importante, de turistas nacionais. Contudo, de acordo com um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, as 27 capitais brasileiras têm condições de hospedar, juntas, 373.673 pessoas, se forem levados em consideração todos os leitos duplos e individuais existentes atualmente. A Pesquisa de Serviços de Hospedagem 2011 é o primeiro levantamento censitário sobre as condições de hotelaria no Brasil encomendado pelo Ministério do Turismo.

No Rio de Janeiro, cidade que sediará os Jogos Olímpicos, o número de camas disponíveis é de 67.536. No entanto, estima-se que os Jogos irão receber cerca de 200 mil pessoas cadastradas, entre atletas, imprensa, voluntários e organizadores – sem contabilizar os turistas que o evento irá atrair. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos lembrou que a cidade se comprometeu em contrato, e portanto, tem condições de fornecer 48 mil quartos, distribuídos entre hotéis, vilas olímpicas e cabines de cruzeiros. Mas a capital dos jogos deve receber ainda cerca de 380 mil turistas estrangeiros, de acordo com estimativas do Ministério do Turismo.

O número de camas em todo o território nacional seria o suficiente apenas para atender aos turistas estrangeiros que devem vir ao Brasil para a Copa do Mundo, que devem somar entre 500 mil a 600 mil, segundo as estimativas oficiais. Se forem contadas somente as vagas nas 12 capitais que sediarão as partidas de futebol, o total cai para 416.147. Mas há ainda os turistas brasileiros, que devem migrar para as cidades-sede nos dias de competição.

“O objetivo do estudo foi quantificar e mensurar a capacidade de hospedagem nas capitais, tendo em vista que teremos eventos importantes nos próximos anos, como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Daí a necessidade de ter um quadro dos serviços de hospedagem”,explicou Roberto da Cruz Saldanha, gerente da pesquisa. “Essa foi a capacidade máxima que encontramos, mas não computamos possíveis camas-extras. Às vezes, um hotel tem camas em um depósito e pode levar aos quartos se forem necessárias”.

Pouco conforto – Outra dificuldade é que o país ainda possui poucos hotéis de padrão internacional, os considerados de luxo ou muito confortáveis. De todos os estabelecimentos existentes nas capitais, 85,5% encaixam-se nos padrões de médio e baixo conforto e qualidades dos serviços. Apenas 14,5% foram considerados de luxo ou muito confortáveis. No Rio de Janeiro, a situação é um pouco melhor, 23,5% dos estabelecimentos atendem à classificação de luxo ou superior. Em São Paulo, que sediará seis jogos da Copa de 2014, esse porcentual cai para 19,6%.

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Falta de acessibilidade – A pesquisa mostrou ainda que o Brasil não está preparado para hospedar portadores de necessidades especiais. Apenas 1,3% dos 5.036 estabelecimentos de hospedagem existentes nas capitais brasileiras declararam possuir unidades adaptadas para pessoas com alguma deficiência física. No Rio de Janeiro, que sediará os Jogos Paraolímpicos, apenas 0,9% dos estabelecimentos (272 entre 31.594) possui unidades adaptadas para pessoas com necessidades especiais. São Paulo também tem apenas 0,9% dos estabelecimentos (511 entre 54.065) com unidades adaptadas. As capitais que possuem os maiores porcentuais de unidades adaptadas são Maceió (3,4%), Teresina (2,8%), Porto Velho (2,5%) e Aracaju (2,5%).

São Paulo – A capital paulista tem a maior rede de hospedagem entre as capitais do país, com 972 estabelecimentos, 19,3% do total encontrado pela Pesquisa de Serviços de Hospedagem 2011. Ao todo, foram contabilizadas 54.065 unidades habitacionais em São Paulo, num total de 73.488 leitos disponíveis.

No ranking das 27 capitais, figurou em segundo lugar o Rio de Janeiro, com 429 estabelecimentos (8,5% do total), 31.594 unidades habitacionais e 45.416 leitos disponíveis. Em seguida, aparecem Salvador – com 358 estabelecimentos, 15.666 unidades habitacionais e 22.366 leitos – e Belo Horizonte – com 291 estabelecimentos, 13.353 unidades e 19.031 leitos.

Como resultado, as quatro primeiras capitais da lista (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte) concentram 40,7% do total de estabelecimentos de hospedagem no país, 45,8% dos quartos e 43,0% dos leitos disponíveis. Segundo Roberto da Cruz Saldanha, gerente da pesquisa do IBGE, os dados são mais completos porque não houve sondagem por amostragem. O instituto pesquisou todas as unidades de hotelaria listadas em seu cadastro de empresas, acrescentando ainda estabelecimentos que constavam nos registros da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) e da Federação dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

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“Só pesquisamos estabelecimentos devidamente cadastrados no CNPJ. O hotelzinho de beira de estrada que não tem CNPJ não foi pesquisado”, disse Saldanha. “Mas a nossa pesquisa é censitária, ouvimos os associados e os não associados às entidades de classe”.

Estabelecimentos – Entre os tipos de hospedagem em cada capital, Brasília aparece com o maior porcentual de hotéis entre os estabelecimentos disponíveis aos visitantes na cidade: 67,1%. Em Florianópolis, destacou-se o maior porcentual de pousadas: 40,2%. Já em Fortaleza, o maior porcentual encontrado entre os estabelecimentos hoteleiros foi o de motéis: 39,3%.

A capacidade média de hospedagem – capacidade total dividida pelo número de estabelecimentos – nas capitais do país é de 110 hóspedes por estabelecimento. Embora São Paulo tenha a maior rede hoteleira, o Rio de Janeiro tem a maior média de hóspedes por estabelecimento, 157 pessoas, contra os 118 hóspedes por estabelecimento na capital paulista. Em segundo lugar ficou Natal, com uma capacidade de 140 hóspedes por estabelecimento.

“Natal tem uma rede de hospedagem menor, mas com mais leitos. O dono da pousada coloca uma cama de casal e até dois beliches no quarto, então cabem ali seis pessoas”, justificou o pesquisador do IBGE. “No Rio de Janeiro, há hotéis maiores mesmo”. A pesquisa foi conduzida entre o dia 19 de novembro de 2011 e 15 de fevereiro de 2012.

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(Com Agência Estado)

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