Em Cingapura, Tombini diz que política para derrubar o dólar deu certo
Em apresentação para investidores, presidente do BC afirmou que o real foi a moeda que mais se valorizou ante o dólar nos últimos meses
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quarta-feira, em Cingapura, que a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a reduzir riscos e contribuir para o declínio da inflação. Ele apresentou um panorama sobre a economia brasileira e oportunidades de investimentos para mais de 70 investidores no país asiático e fez um discurso sobre a melhora da situação cambial.
No evento, Tombini também disse estar satisfeito com o programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra, como forma de conter a desvalorização do real. Para ele, as intervenções contribuíram para conferir previsibilidade na oferta de proteção cambial aos agentes econômicos durante o período atual de transição na economia internacional.
O presidente do BC afirmou que a moeda brasileira foi a que mais se valorizou nos últimos meses. O real subiu 12% em relação ao dólar entre 22 de agosto e 21 de outubro, de acordo com dados do BC. No período analisado, a moeda brasileira se valorizou mais que o dólar da Nova Zelândia (8%) e da Austrália (7,2%), e também a moeda da Índia (5,1%), a rúpia, por exemplo. As três divisas foram algumas das que, assim como o real, mais sofreram com a
Tombini também disse que o crescimento da economia brasileira tem se materializado de forma gradual, destacando o desempenho da produção de bens de capital, ligados ao investimento. E acrescentou que o fortalecimento da confiança das empresas e das famílias, que mostra recuperação no período mais recente, também favorece a trajetória econômica.
O BC elevou neste mês a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual a 9,5% ao ano e indicou que deve manter o ritmo de aperto monetário para combater os preços elevados. A prévia da inflação oficial de outubro mostrou aceleração para 0,48%, acima do esperado e pressionado pelos preços de alimentos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) em 12 meses, no entanto, se afastou um pouco mais do patamar de 6%.
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(com agência Reuters)