Economia japonesa encolhe mais que o esperado no quarto trimestre de 2015
Queda anualizada do PIB de 1,4% evidencia os desafios que o primeiro-ministro Shinzo Abe enfrenta para tirar a terceira maior economia do mundo da estagnação
A economia do Japão encolheu mais do que o esperado no último trimestre do ano passado, com os gastos dos consumidores e as exportações recuando. O desempenho aumenta as dores de cabeça das autoridades japonesas, já preocupadas com o dano que a deterioração do mercado financeiro pode causar à frágil recuperação da economia.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu a uma taxa anualizada de 1,4% entre outubro e dezembro, mais do que a expectativa do mercado, de queda de 1,2%, e igualando a queda do segundo trimestre do ano passado, mostraram dados do Escritório do Gabinete nesta segunda-feira. O número se seguiu a um crescimento revisado de 1,3% no trimestre anterior.
O dado destaca os desafios que o primeiro-ministro Shinzo Abe enfrenta para tirar a terceira maior economia do mundo da estagnação, já que as exportações aos mercados emergentes não conseguem gerar força suficiente para compensar a demanda doméstica fraca.
Abe buscou assegurar aos mercados de que o governo está pronto para deter a excessiva instabilidade do mercado, que pode minar o efeito favorável provocado por suas políticas de estímulo. “Como concordamos no G7 e no G20, movimentações abruptas de câmbio não são desejadas. Quero que o ministro das Finanças monitore de perto a situação e responda com as medidas apropriadas conforme necessário”, disse Abe ao Parlamento nesta segunda-feira.
A especulação do mercado de mais afrouxamento da política monetária continua, ainda que a munição do banco central pareça estar diminuindo, disseram analistas.
“O consumo privado está especialmente fraco. A economia está paralisada”, disse a economista-chefe do Sumitomo Mitsui Banking, Junko Nishioka. “É questão de tempo antes que o banco central e o governo tomem medidas de estímulos adicionais”, disse ela, prevendo que o banco vai afrouxar a política monetária já no mês que vem.
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(Com agência Reuters)