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Economia brasileira avança 0,2% no trimestre

Resultado veio abaixo do esperado por analistas. Indústria se recupera, mas atividade agropecuária cai 7,3% no período e puxa a desaceleração econômica

Por Anna Carolina Rodrigues
1 jun 2012, 09h18

A economia brasileira avançou 0,2% no primeiro trimestre de 2012, em relação ao quarto trimestre do ano passado, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Produto Interno Bruto (PIB) do país alcançou a marca de 1,033 trilhão de reais no período. O resultado veio pouco abaixo do esperado pelo mercado – entre 0,3% e 0,7%.

No primeiro trimestre de 2011, a economia brasileira havia crescido 1,3% na mesma base de comparação. Contra o primeiro trimestre de 2011, o PIB brasileiro cresceu 0,8% na medição divulgada nesta sexta. Nos últimos quatro trimestres, o PIB brasileiro acumulou crescimento de 1,9% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Diante do desempenho frustrante da economia brasileira em um período em que o governo lança todos os seus esforços para estimular o consumo, a expectativa dos analistas é de que mais medidas sejam anunciadas para acordar a adormecida pujança do PIB nacional. Entre elas estão a redução do compulsório dos bancos e novos cortes de juros nos próximos meses. Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu pelo corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, levando-a ao patamar mais baixo da história: 8,5% ao ano.

Agropecuária espanta alta – Na relação deste primeiro trimestre com o último do ano passado, a indústria mostrou franca recuperação e cresceu 1,7%, enquanto o setor de serviços desacelerou para 0,6%. Contudo, foi o setor agropecuário que exerceu o maior peso sobre o resultado ruim dos três primeiros meses do ano: caiu 7,3%. Entre as causas da queda está a crise internacional, que ocasionou a redução da demanda mundial por grãos, além da queda generalizada no preço das commodities agrícolas.

O consumo da administração pública subiu 1,5% e o das famílias, 1,0% no período. A formação bruta de capital fixo, que reflete os investimentos no setor produtivo e infraestrutura, caiu 1,8%. No que se refere ao setor externo, as importações de bens e serviços cresceram em ritmo superior ao das exportações: 1,1% contra 0,2%. Em valores correntes, o consumo das famílias contribuiu com a maior parcela do PIB, ao somar 658,9 bilhões de reais, seguido pelos setores de serviços (602,0 bilhões de reais) e industrial (229,5 bilhões de reais).

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Opinião – Segundo analistas ouvidos pelo site de VEJA, apesar da recuperação do trimestre, a indústria ainda sofre os efeitos da crise internacional e não se beneficiou, até agora, da desvalorização do real. O dado da produção industrial divulgado nesta quinta-feira mostrou queda de 0,2% em abril frente a março. Trata-se da segunda queda consecutiva e a terceira variação negativa mensal no ano.

Para Tatiana Pinheiro, economista do Santander, o setor de serviços deve crescer de maneira estável e manter-se acima da média da economia, enquanto os setores industrial e agropecuário deverão permanecer mais sensíveis ao cenário externo. “Olhando pelo lado da demanda, em termos de renda, o crescimento, ainda que baixo, ocorre devido ao bom desempenho do consumo das famílias. Ele é prejudicado, sobretudo, pelo ambiente internacional incerto, que espanta investimentos”, afirma. Para ela, o cenário ainda é positivo porque é reflexo do aumento do salário mínimo e de um mercado de trabalho aquecido. “Olhando friamente os números, é uma evolução positiva”, afirma.

Analistas avaliam que, a partir do segundo semestre, a economia brasileira volte a se movimentar, considerando que a redução dos juros tem defasagem de 6 a 9 meses para impactar o mercado. A surpresa – e preocupação – virá se no segundo semestre os dados continuarem fracos. “A melhora deve vir especialmente nesse período como impacto das medidas de estímulo que o governo têm adotado. Mas isso não vai ser suficiente para que o PIB cresça acima de 3% este ano”, avalia Flávio Serrano, economista sênio do BES Investimento.

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