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Dólar sobe mais de 3% e fecha a R$ 4,10

Alta reflete a cautela dos investidores com a capacidade do governo de fazer o ajuste fiscal avançar e o fortalecimento da moeda no exterior

Por Da Redação
28 set 2015, 17h35

Após dois pregões de trégua, o dólar voltou a subir e encerrou a sessão desta segunda-feira valendo 4,10 reais. Trata-se da segunda maior cotação da história da moeda desde a criação do real, em 1994 – o recorde foi atingido na última quarta-feira, quando ela fechou a 4,14 reais. Nesta segunda, a valorização foi de 3,36%. Foi a maior alta verificada em apenas um dia desde 21 de setembro de 2011, quando o salto foi de 3,75%.

A forte valorização reflete a cautela dos investidores com o futuro do ajuste fiscal e também reverbera as altas da moeda no exterior. Além disso, o mercado pressiona o Banco Central a continuar fazendo intervenções sobre o câmbio e segue receoso com o risco de um novo rebaixamento da nota de crédito do país.

Operadores consideraram natural que a moeda tivesse trajetória ascendente nesta segunda, dada a manutenção das incertezas sobre o quadro doméstico e o fato de o dólar ter caído cerca de 4% nas últimas sessões. Os eventos da semana também inspiram cautela, pois deve ser apreciado pelo Congresso o veto ao reajuste salarial de até 78,56% dos funcionários do Judiciário. A presidente Dilma Rousseff deve ainda colocar em prática sua reforma ministerial, cortando até dez pastas. Resta saber em que ambiente político essas ações devem ocorrer.

No exterior, o dólar avançou em comparação com as moedas de países emergentes, que foram penalizadas por um dado apontando forte queda no lucro das principais indústrias da China. Outro fator que contribuiu para a alta foram declarações de membros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) reforçando a percepção de que os juros vão subir ainda este ano, movimento que tende a fortalecer a moeda dos EUA.

Na reta final do pregão, a moeda ampliou ainda mais seus ganhos nas trocas com o real, sem uma motivação específica a puxar as máximas. O movimento teria sido fruto da atuação de especuladores, principalmente quando o avanço bateu em 2%. O pano de fundo dessas apostas foi a mensagem do Banco Central, na semana passada, de que, se for preciso, ele poderá usar suas reservas internacionais para intervir no câmbio.

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“O mercado está peitando o BC. Não tem refresco”, disse o operador da corretora de um importante banco nacional.

Só nas três sessões anteriores, o BC atuou dez vezes –incluindo leilões de swaps para rolagem–, mas nunca vendendo dólares das reservas internacionais no mercado à vista.

Neste pregão, a autoridade monetária apenas deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, que vencem em outubro. O BC vendeu a oferta total de até 9,45 mil contratos e, com isso, rolou 8,504 bilhões de dólares, ou cerca de 90% do lote total, correspondente a 9,458 bilhões de dólares.

O dólar também ampliou a sua trajetória após o diretor-geral da Fitch para o Brasil, Rafael Guedes, dizer que a perspectiva negativa atribuída à nota de crédito significa que a agência vê mais de 50% de chances de rebaixar o Brasil nos próximos 12 a 18 meses. A agência colocou o rating brasileiro em perspectiva negativa em abril. No entanto, o dirigente também sinalizou que a agência não deve retirar do país o selo de bom pagador quando tomar sua decisão, ao afirmar que, “historicamente”, a Fitch não corta nota em dois degraus, o que seria necessário para a perda do grau de investimento.

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(Com agências)

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