Dólar volta a R$ 3,50 com desvalorização da moeda chinesa
Impactado também pelo fator China, Ibovespa opera em queda; governo chinês decidiu nesta terça superdesvalorizar o iuan frente ao dólar
Após duas quedas consecutivas, o dólar voltou a subir nesta terça-feira. Os operadores de mercado reagem à decisão do governo da China de desvalorizar fortemente o iuan, o que impactou os mercados de câmbio e ações ao redor do mundo, incluindo o do Brasil. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, opera em queda, também influenciado pelo fator chinês.
A depreciação da moeda chinesa, de 1,9% – o maior ajuste feito desde 1994 -, ocorre após a divulgação de dados que mostram que a economia do país asiático passa por um momento de desaceleração.
Por volta das 12h20, o dólar avançava a 1,78%, a 3,50 reais, na máxima cotação do dia até agora. Nesta segunda-feira, a divisa havia caído para 3,44 reais no encerramento do pregão, influenciada pelo aumento da intervenção do Banco Central para conter a escalada do dólar, que chegou a ser cotado a 3,57 reais na semana passada.
A Ibovespa, por sua vez, recuava a 1,73%, a 48.520 pontos, por volta das 12h20. Além da questão da China, a queda no índice também é puxada pelo recuo nas ações da Vale, que registravam baixa de cerca de 5% no mesmo horário. Por outro lado, os investidores reagiram positivamente à informação de que o governo da presidente Dilma Rousseff aceitou o pacote de propostas apresentadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). O estreitamento das relações, que foi comemorado pela presidente nesta terça, é entendido como uma forma de neutralizar as chamadas “pautas-bomba” e abafar o coro pró-impeachment que ganhou força nos últimos dias, com as movimentações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e a aproximação do protesto anti-Dilma do dia 16 de agosto.
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(Da redação)