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Dólar ultrapassa R$ 2,10 e Banco Central intervém

Moeda atinge o maior valor em mais de três anos e meio, se aproxima de R$ 2,11 e BC decide vender dólares no mercado futuro

Por Da Redação
23 nov 2012, 12h25

O dólar avançou ante o real nesta sexta-feira, atingindo o maior nível intradia em mais de três anos e ultrapassando o teto informal de 2,10 reais, com o mercado testando a disposição do Banco Central de defender esse nível. Às 9h52, o dólar subia 0,31%, para 2,1050 reais na venda, descolado dos mercados internacionais, em que a moeda norte-americana recuava devido ao maior apetite dos investidores por risco. Na máxima da sessão, o dólar atingiu 2,1095 reais, maior nível intradia desde 15 de maio de 2009, quando registrou 2,1130 reais na máxima.

Após a disparada, o Banco Central decidiu intervir e vendeu 32.500 contratos de swap cambial com vencimento em 03/12/2012, fazendo com que a cotação da moeda americana recuasse 0,56%, para 2,096 reais. O swap cambial é uma operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro e é utilizada amplamente pelo BC para a manutenção da taxa de câmbio a um determinado valor que agrade o governo. Esse é o primeiro leilão com esse tipo de swap desde junho de 2012.

A atuação do BC enviou um claro recado ao mercado: o de que a nova banda cambial é, de fato, 2,10 reais. Desde o início de 2011, o BC (e o governo federal) tentaram inúmeras ferramentas de controle cambial para impedir a apreciação do real. Mas, somente com o agravamento da crise no primeiro semestre de 2012 e a queda da demanda por commodities, o real começou, de fato, a se desvalorizar.

O BC manteve o controle do câmbio por meio de leilões de contratos de swap até o mês de junho, fazendo com que a moeda se estabilizasse a um patamar de 2 reais. Contudo, com o aprofundamento das incertezas na Europa e o ‘abismo fiscal’ nos Estados Unidos, o apetite do investidor por risco diminuiu, fazendo com que o dólar se valorizasse ante as demais moedas – levando a moeda americana a uma cotação próxima de 2,10 reais.

Nova banda – Outro agravante para a desvalorização do real foi uma declaração da presidente Dilma Rousseff ao jornal ‘Valor Econômico’. Mesmo com a moeda americana então cotada a 2,08 reais, a presidente disse considerar o valor ainda muito baixo. “Nós estamos em busca de um câmbio que não seja esse de um dólar desvalorizado e o real supervalorizado”, disse.

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Questionado sobre a valorização, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que a autoridade não havia determinado “qualquer banda formal ou informal” para o dólar, e que o câmbio “continua flutuante”. Contudo, Tombini advertiu que, se fosse preciso, o BC poderia intervir no mercado de câmbio para prover maior liquidez, já que, segundo ele, é comum no final do ano ocorrer uma menor oferta de dólares.

Nesta sexta-feira, no entanto, o ministro Guido Mantega afirmou que a taxa de câmbio acima de 2 reais não deverá mudar tão cedo. “Nós temos aqui quatro ou cinco meses de câmbio acima de 2 reais e isso mostra que veio para ficar”, disse. Mantega disse ainda que uma cotação mais próxima de 2,10 ainda não satisfaz a ânsia do governo por um real mais desvalorizado. “O câmbio está em uma posição razoável, mas não ainda totalmente satisfatória”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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