Dólar tem maior alta em 5 meses; bolsa cai 1,99%
Dados ruins da China e relatório da Pimco criticando o Brasil pesaram nas negociações desta quinta-feira
A moeda norte-americana avançou 1,27% nesta quinta-feira e encerrou o pregão cotada a 2,4026 reais na venda, maior nível desde 22 de agosto passado, quando o Banco Central anunciou o programa de intervenções diárias no câmbio. À época, o dólar era negociado na casa dos 2,43 reais.
A forte alta é uma reação ao mau humor do mercado em relação ao Brasil depois da divulgação de relatório da Pimco, maior gestora de bônus emergentes do mundo, criticando a política econômica brasileira. “É um movimento de (investidor) estrangeiro puxado pela Pimco e, quando esse pessoal zera posição, o movimento tende a ser muito forte. O que é fato é que a Pimco tem avaliação muito negativa sobre o Brasil e eles têm posição forte aqui”, afirmou operador de banco estrangeiro sob condição de anonimato.
Durante a tarde, a Pimco informou que o clima para investimentos no Brasil foi caracterizado em 2013 por qualquer coisa menos “Ordem e Progresso”, numa alusão à mensagem na bandeira nacional.
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“O Brasil precisa ancorar a política econômica sob uma rigorosa e crível meta de superávit primário, em vez de executar o mix atual de política fiscal expansionista, empréstimos públicos subsidiados e política monetária cada vez mais apertada”, escreveu o co-responsável pela equipe de gestores do portólio de emergentes da Pimco Michael A. Gomez.
Antes do documento, contudo, o dólar já operava em alta, mas mantendo-se na banda informal de 2,35 a 2,40 reais que vinha balizando os negócios nas últimas semanas.
Bolsa – A fala do executivo da Pimco também pesou nas negociações da BM&F Bovespa. O principal índice da Bolsa, o Ibovespa, fechou esta quinta-feira no menor patamar desde 7 de agosto do ano passado, com queda de quase 2%. Influenciaram negativamente também o pregão dados fracos da atividade industrial da China
No fim da sessão, o Ibovespa caiu 1,99%, para 48.320,64 pontos, na mínima do dia. A Bovespa tem registrado um início de ano difícil, em meio ao pessimismo com a situação econômica do Brasil.
(com Estadão Conteúdo e agência Reuters)