Dólar sobe 2,7% na semana após sequência de quedas
Atuações do BC no mercado de câmbio e quadro de incerteza política alimentaram a valorização da moeda americana nos últimos dias
O dólar fechou em leve alta, de 0,12%, a 3,68 reais, nesta quinta-feira, o que contribuiu para fazer desta a primeira semana de valorização da moeda americana após uma sequência de quatro semanas de declínio. Na semana, o avanço foi de 2,78%.
Novas atuações do Banco Central no mercado de câmbio, o cenário político conturbado e a alta da moeda americana nos mercados externos foram os fatores que contribuíram para a valorização. “Aquele cenário de dólar caindo na direção dos 3,50 reais parece menos provável agora. A trajetória pode ser de queda se o (cenário) político melhorar, mas com bastante volatilidade”, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Após recuar abaixo de 3,60 reais e tocar os menores níveis em seis meses, o dólar voltou a subir nesta semana com a ação do BC. A autoridade monetária fez nesta manhã leilão de swaps cambiais reversos – modalidade de compra futura de dólares – pelo quarto dia consecutivo, após deixar a ferramenta encostada por três anos.
Muitos operadores acreditam que o enfraquecimento do dólar desagrada ao BC, já que prejudica os exportadores – fator particularmente delicado em um momento de crise econômica, como o atual. A autoridade monetária diz que age para limitar a intensa volatilidade, que vem em meio a forte incerteza política.
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“O BC está deixando muita gente no mercado confuso”, disse o operador de um banco internacional. “Está difícil prever o que ele vai fazer em seguida.”
Operadores citavam ainda a reunião do PMDB na próxima terça-feira, que pode decidir pelo rompimento do partido com o governo, e a possível decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil como eventos que mantinham o quadro de cautela nesta quinta-feira, antes do feriado da Sexta-Feira Santa.
“Você não quer ficar exposto num feriado com o clima como está”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
A alta do dólar nesta sessão refletia também expectativas de aumentos de juros nos Estados Unidos neste ano, após o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, se juntar a outras autoridades do banco central americano que destacaram as chances de pelo menos duas elevações neste ano. Segundo Bullard, uma alta de juros “pode não estar longe”. Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em economias emergentes, como o Brasil.
(Com Reuters)