Dólar sobe 3,58% com incertezas sobre impeachment
Moeda terminou o dia negociada 3,89 reais após registrar seu maior avanço em uma só sessão desde 2011
O dólar subiu mais de 3% e encostou em 3,90 reais nesta terça-feira, fechando a sessão com a maior alta diária em mais de quatro anos. O movimento reflete as fortes incertezas em torno da eventual abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e o ambiente de aversão a risco nos mercados externos. O avanço foi de 3,58%, paraa 3,89 reais na venda, maior avanço diário desde 21 de setembro de 2011, quando subiu 3,75%.
No cenário interno, o foco central da batalha em torno do impeachment de Dilma é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem em suas mãos os pedidos e, ao mesmo tempo, vê-se encurralado por denúncias de que recebeu propina em negócios envolvendo a Petrobras e de que omitiu contas milionárias em seu nome na Suíça.
Dentro da disputa em torno do impeachment, três mandados de segurança obtidos pela base governista dificultam as estratégias de Cunha de fazer avançar o processo na Câmara. Com as liminares obtidas no Supremo Tribunal Federal (STF), o rito do processo de impeachment seguido por Cunha foi paralisado até o julgamento do tema pelo plenário. Essas incertezas alimentaram o pessimismo dos investidores.
No exterior, a pior notícia veio da China, cujas importações caíram 20,4% em setembro em comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado ficou acima da expectativa dos analistas, que previam queda de 16,5%. O número ruim das importações chinesas sinalizou desaceleração da segunda maior economia do mundo, com reflexos em diversos mercados, inclusive os de câmbio, com valorização do dólar em todo o mundo ao longo do dia.
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(Com agências)