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Dólar sobe 1,67% mesmo com atuação do BC

Moeda chegou ao fim do pregão desta terça-feira cotada a R$ 2,0804; investidores continuam a testar o Banco Central

Por Da Redação
22 Maio 2012, 17h07

A piora do cenário externo impulsionou o dólar também em outros mercados, o que ajudou os investidores domésticos a desafiarem o BC

O dólar fechou em alta de mais de 1,5% ante o real nesta terça-feira, mesmo com o Banco Central realizando dois leilões de swap cambial tradicional – operações que, na prática, representam venda da moeda americana. Segundo operadores, o mercado continuou a especular e a enfrentar o BC para tentar verificar qual o patamar que a autoridade monetária aceita para a divisa.

Após a atuação do BC durante a tarde, a pressão do mercado, que já ocorria antes, aumentou ainda mais. A moeda americana fechou a sessão com valorização de 1,67%, cotada a 2,0804 reais na venda – a maior cotação desde 15 de maio de 2009, quando fechou cotado a 2,109 reais. A máxima do mercado à vista de balcão, de 2,081 reais (+1,91%), foi registrada perto do fechamento dos negócios.

Exterior – O cenário externo impulsionou o dólar também em outros mercados, o que ajudou os investidores domésticos a desafiarem o Banco Central. Tanto que as máximas alcançadas no final da tarde tiveram como pano de fundo a aceleração da queda do euro em reação a declarações feitas pelo ex-primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos. Segundo ele, o risco de o país sair da zona do euro é real e Atenas já se prepara para esse cenário. Isso provocou a inversão nas bolsas norte-americanas, que, do positivo, passaram ao negativo, atingindo também o mercado de moedas.

Especulação – Ainda assim, os especialistas avaliam que parte da pressão de alta do dólar ante o real é especulativa. “Os fundamentos não explicam uma alta nessa magnitude”, disse o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. Para ele, a equipe econômica adicionou ruídos nos últimos meses com sua política intervencionista e isso se reflete agora. “Há muito ruído no mercado. Isso produz um dinâmica distorcida e forçou o BC a atuar. As intervenções feitas lá atrás e a piora do cenário internacional estão levando o dólar a um patamar indesejável”, acrescentou.

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Para o operador da Interbolsa Brasil, Ovídio Pinho Soares, uma das pressões do mercado é pela retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Se tirar o mercado volta”, disse. Ele avalia que a pressão sobre as cotações está ocorrendo pelo mercado de derivativos. “Se houvesse escassez de dólar para saídas, o Banco Central faria leilão de dólar à vista”, afirmou.

Para um terceiro profissional de mercado ouvido pela Agência Estado, as duas intervenções realizadas nesta terça-feira pelo BC atenderam à demanda por hedge (proteção). Ainda assim, ele admite que o fato de o mercado não ter absorvido a totalidade dos contratos oferecidos pode sinalizar que as taxas pedidas foram altas. Ou seja, que a necessidade não é grande.

Leilões – Nos dois leilões realizados, o BC ofertou 49,4 mil contratos de swap cambial, que neutralizam o vencimento no próximo dia 2 de julho de contratos de swap cambial reverso (compra). Na primeira operação, o mercado absorveu 30,3 mil contratos (1,509 bilhão de dólares). No segundo leilão, cuja oferta foi de 19,1 mil contratos (955 milhões de dólares), o mercado ficou com 13,6 mil contratos (677,7 milhões de dólares).

(com Agência Estado e Reuters)

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