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Dólar recua 0,28% após medida do IOF e atuação do BC

Dia foi marcado por intensa movimentação no mercado de câmbio, que abriu o dia em forte queda, chegou a subir durante a sessão mas recuou no fechamento

Por Da Redação
5 jun 2013, 18h21

A montanha-russa da cotação do dólar ao longo desta quarta-feira reflete a desconfiança dos investidores com a redução para zero do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado de estrangeiros em operações de renda fixa.

Profissionais do mercado financeiro discutiram, ao longo do dia, até que ponto a medida vai, de fato, atrair mais capital para o Brasil, num momento em que o dólar se valoriza em todo o mundo ante as demais divisas.

O dólar chegou a recuar pouco mais de 2% ante o real no início da sessão desta quarta-feira. Mas declarações da presidente Dilma Rousseff, de que o governo não tem “medida nenhuma para segurar o dólar”, abriram espaço para a alta da moeda no início da tarde, o que fez o Banco Central (BC) entrar nos negócios por meio de leilão de swap cambial, a venda de moeda no mercado futuro

Em meio a tantos estímulos conflitantes, o dólar à vista encerrou o dia em baixa de 0,28% ante o real, cotado a 2,1310 reais. Na mínima, verificada às 9h35, o dólar atingiu 2,0940 reais (-2,01%) e, na máxima, às 11h53, 2,150 reais (+0,61%).

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Rally – Com IOF zero para investimentos de estrangeiros na renda fixa, criou-se a expectativa de que o dólar à vista se ajustasse em baixa nesta sessão. Isso de fato ocorreu no início do dia, mas aos poucos a medida do governo foi ganhando releituras. “Os bancos fizeram as contas e começaram a achar que pode não vir tanto fluxo para o Brasil assim”, comentou João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora.

Além disso, as declarações da presidente Dilma Rousseff no fim da manhã, reforçando que o câmbio é flutuante no país, contribuíram para a virada da moeda norte-americana para o território positivo. “Como o movimento de alta no mercado futuro foi muito brusco, o Banco Central acabou agindo”, comentou um profissional da mesa de câmbio de um grande banco.

Segundo o profissional consultado, também se falou muito que “a retirada do IOF acaba tendo um efeito reverso”. “Do mesmo jeito que facilita a entrada de capitais, como o dólar está forte no cenário externo como um todo, acaba surgindo a visão de que fica mais fácil retirar o que está aplicado aqui, porque agora o investidor sabe que, quando voltar, não vai ter mais a alíquota”, acrescentou.

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Para Sidney Nehme, sócio da NGO Corretora, faz sentido que, no dia seguinte à uma mudança como a do IOF, ocorra volatilidade. “O dólar fica com viés de baixa por conta do IOF, mas há uma resistência. Os fundos nacionais estão muito comprados no mercado futuro. E quem está comprado, vai se opor à queda da moeda e isso é natural”, comentou. Nehme aposta, porém, que a isenção de IOF surtirá efeito. “Acredito que, em três ou quatro semanas, o dólar pode ir para R$ 2,05, R$ 2,04.”

Bolsa de Valores – A decisão de zerar o IOF pesou sobre o principal índice da BMF&Bovespa. O Ibovespa fechou a quarta-feira em forte queda, de 2,15%, aos 52.858 pontos – dados preliminares. Além do fator interno, o movimento de queda foi ajudado também pelo clima de aversão ao risco no exterior. O dia também foi marcado por fortes quedas nas principais bolsas globais.

“Esse quadro de indefinição da economia norte-americana deixa os investidores de fora do mercado”, disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, citando as persistentes preocupações sobre o futuro do programa de estímulos monetários nos Estados Unidos.

“Quando existe intervenção do governo no mercado financeiro, quer dizer que as coisas não vão muito bem”, disse o analista-chefe da Magliano Corretora, Henrique Kleine, citando que a medida trouxe certo desconforto entre investidores. Em maio, investidores estrangeiros retiraram pouco mais de 1 bilhão de reais da Bovespa, em meio às preocupações com as perspectivas para a economia brasileira.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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