Dólar encerra com a maior cotação desde dezembro
A moeda americana fechou em alta de 0,29%, cotada a 2,05 reais
Mesmo em tempos marcados pela liquidez global reduzida, o dólar voltou a se valorizar ante o real. A divulgação da balança comercial brasileira na última semana de maio apresentou um superávit de 461 milhões de dólares. Embora tenha sido um resultado positivo, não foi o suficiente para evitar o avanço do dólar.
A moeda americana fechou esta segunda-feira em alta de 0,29%, cotada a 2,0560 reais no balcão, na maior cotação do dia. Este é o maior nível de fechamento desde 24 de dezembro, quando a moeda fechou a 2,0770 reais. Antes disso, a cotação mais alta havia sido a de 21 de dezembro, a 2,0730 reais.
Na cotação mínima do dia, a moeda atingiu 2,0510 reais (avanço de 0,05%), apresentando oscilação em alta durante toda a sessão. Destacou-se a baixa liquidez no mercado, em função dos feriados nos Estados Unidos e no Reino Unido. Lá fora, o dólar também avançava em relação a outras divisas com elevada correlação com commodities, mas mantinha-se próximo da estabilidade em relação ao euro.
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As atuais condições do cenário de câmbio brasileiro voltaram a ser citadas por profissionais. “Parece ser conveniente um dólar mais alto, porque o Banco Central, apesar da moeda estar acima de 2,05 reais, não apareceu na semana passada e não apareceu hoje”, comentou Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. “Se passar de 2,10 reais, o BC pode até atuar. Mas até lá, a cotação favorece a indústria.”
O fato de o BC ter elevado a Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em abril, também consolidou a percepção de que a taxa de juros será a ferramenta preferencial para conter a inflação – e não o câmbio.
Por outro lado, a balança comercial brasileira registrou superávit de 461 milhões de dólares na quarta semana de maio, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações somaram 5,198 bilhões de dólares e as importações foram de 4,737 bilhões. No mês, o saldo positivo está de 1,518 bilhão e, no ano, há déficit de 4,634 bilhões de dólares.
Apesar de os resultados mais recentes da balança serem melhores, profissionais do mercado seguem classificando os números como frustrantes, com a balança comercial incapaz de reagir de forma mais intensa à exportação da safra agrícola. Com isso, na prática, a balança foi incapaz de alterar o rumo de alta do dólar.
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(com Estadão Conteúdo)