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Disputa política paralisa Banco do Brasil e Previ

Reuniões do alto comando têm se concentrado em torno da crise; definição de negócios fica em 2º plano. Planalto cogita demissões, dizem fontes

Por Da Redação
29 fev 2012, 18h05

O presidente da Previ, Ricardo Flores, e vice-presidente de governo do BB, Ricardo Oliveira, correm risco de demissão por ordem da presidente Dilma Rousseff

Lideranças políticas, especialmente do PT, estão insatisfeitas com a ‘falta de acesso’ ao BB

PT e PMDB aproveitam a crise para ‘aparelhar’ a Previ e o BB

A disputa entre a cúpula do Banco do Brasil e da Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco) começa a paralisar as atividades de ambos, aumentando a pressão para que o governo imponha logo um desfecho para o caso. O Planalto, que tentava pôr panos quentes na briga, já cogita demitir executivos.

Fontes disseram que a definição de negócios importantes tem ficado em segundo plano na medida em que a avaliação dos estragos causados pelo vazamento de informações sobre a briga entre Aldemir Bendine e Ricardo Flores, presidentes do BB e da Previ, respectivamente, tem tomado tempo dos executivos. “Está tudo parado. Essa confusão paralisa”, disse uma fonte próxima à Previ. No BB, reuniões do alto comando têm sido quase diárias para discutir o assunto, revelou uma fonte ligada ao banco. A repercussão da disputa levou a presidente Dilma Rousseff a exigir que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, padrinho de Bendine, intervenha para resolver o assunto ainda nesta quarta-feira.

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Demissão – No início da semana, parlamentares petistas tentavam manter Flores, próximo à ala paulista do partido e ao PMDB, no cargo. No início da tarde desta quarta-feira, no entanto, alguns já admitiam que ele seria afastado por ordem do Planalto. “Mas não deve ser o único”, disse uma fonte do partido, indicando que o PT estaria exigindo também a saída do atual vice-presidente de governo do BB, Ricardo Oliveira – ligado a Bendine e a Mantega e tido como um dos responsáveis pela briga ter chegado a este ponto.

Com o escândalo ganhando maior contorno, outras fontes admitiam a possibilidade de o desfecho do assunto vir com a demissão simultânea de Flores e de Oliveira ainda nesta noite. Uma fonte do governo negou, no entanto, que demissões fossem iminentes. Em vez disso, a presidente Dilma teria determinado o fim das disputas, considerando que o bom desempenho de BB e da Previ não justificaria uma atitude mais extrema.

Conflito se agrava – A briga ganhou contornos mais graves nesta terça-feira, após o Ministério da Fazenda mandar o BB abrir sindicância para apurar o vazamento de dados bancários do ex-vice-presidente da área internacional da instituição, Allan Toledo. Demitido em dezembro passado. Toledo é aliado de Flores. Ontem, reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo afirmou que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, identificou movimentação atípica da ordem de 1 milhão de reais em conta de Toledo.

Toledo teria sido demitido, segundo fontes, por estar arregimentando apoio entre empresários e políticos para assumir a presidência do BB. Discussões sobre sucessão no comando do maior banco da América Latina vêm crescendo nos últimos meses. Com 48 anos de idade e quase 30 de empresa, Bendine tem preparado o caminho para ser sucedido por um de seus aliados: Paulo Caffarelli, que assumiu o lugar de Toledo, ou Alexandre Abreu, hoje na vice-presidência de novos negócios, antes ocupada por Caffarelli.

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Em 2010, Bendine tentou, inclusive, emplacar Caffarelli para suceder Sergio Rosa no comando da Previ, mas teve de recuar após dossiês elaborados por lideranças políticas que acusavam o indicado de irregularidades anos antes. As acusações não foram comprovadas, mas Bendine foi obrigado a aceitar Flores no posto.

PT versus PMDB – Ainda segundo fontes, existe uma queda de braço entre petistas e peemedebistas dentro do banco. “Os principais postos estão sendo alvo de cobiça de setores do PT e do PMDB, que se aproveitam das disputas entre os grupos de Bendine e de Flores”, afirmou a fonte, evidenciando o aparelhamento tanto da Previ quanto do BB.

Desde que assumiu o posto no começo de 2009, em meio à crise financeira global desencadeada meses antes, Bendine comandou a compra do banco paulista Nossa Caixa e deflagrou o processo de internacionalização do grupo, com a compra do argentino Patagônia e do Eurobank, nos Estados Unidos. O banco tem hoje cerca de 1 trilhão de reais em ativos. Já a Previ, que deve divulgar nos próximos dias seus resultados de 2011, tinha no ano anterior um patrimônio de 152 bilhões de reais e era considerado pela publicação norte-americana Pensions & Investments o 24º maior fundo de pensão do mundo.

(com Reuters)

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