Diretor-geral do HSBC se explica sobre conta na Suíça
Stuart Gulliver, expatriado em Hong Kong, disse que conta foi ativada para garantir confidencialidade de sua remuneração em relação a colegas
O diretor-geral do HSBC, Stuart Gulliver, se viu obrigado a dar explicações neste segunda-feira sobre sua conta na Suíça, em um novo capítulo constrangedor para o banco britânico, atingido em cheio pelo escândalo Swiss Leaks, que revelou um esquema de fraude fiscal que movimentou 180,6 bilhões de euros. Durante a apresentação do balanço anual do grupo, jornalistas pressionaram Gulliver para explicar a conta que ele abriu na Suíça em 1998, e cuja existência foi revelada no domingo pelo jornal The Guardian.
Segundo o jornal londrino, esta conta abrigaria os prêmios recebidos por Gulliver, expatriado em Hong Kong, avaliados em 7,6 milhões de dólares (6,7 milhões de euros) em 2007. O diretor-geral declarou que esta estrutura, que o grupo se negou a esclarecer se seguia em vigor, foi ativada naquele momento para garantir a confidencialidade de sua remuneração em relação aos seus colegas de Hong Kong.
“Pago os impostos britânicos sobre todas as minhas receitas mundiais (…). E não acredito que tenha afetado de nenhuma maneira minha capacidade para dirigir o grupo”, disse Gulliver.
Ainda assim, esta nova revelação afeta a figura de Gulliver, que multiplicou as promessas de reforma e de boa conduta em nome do HSBC, gigante mundial baseado em Londres e que celebrará seu 150º aniversário neste ano com seus 266.000 funcionários.
Leia mais:
Suíça investiga ajuda de HSBC a ex-diretores de Petrobras em desvios da Lava Jato
MP da Suíça revista sede do banco HSBC em Genebra
HSBC publica anúncio para pedir desculpas por fraude fiscal
Publicidade – O diretor-geral do HSBC reconheceu que o banco havia retirado sua publicidade dos meios de comunicação que lhe dedicaram uma cobertura hostil e considerou que esta ação “não tem nada a ver com a pretensão de influenciar a cobertura editorial de ninguém”. “Recorremos à publicidade para vender mais produtos bancários. Não tem nenhum sentido colocar um anúncio ao lado de uma cobertura jornalística hostil”, declarou.
(Com agência France-Presse)