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Dilma descarta medidas contra inflação com impacto no PIB

Em cúpula dos Brics, presidente afirma que não acredita em ações para conter preços que reduzam o crescimento do país. E afirma: inflação está controlada

Por Da Redação
27 mar 2013, 11h20

A presidente Dilma Rousseff falou à imprensa nesta quarta-feira durante a 5ª cúpula dos Brics, na África do Sul e afirmou que não tomará quaisquer medidas de combate à inflação que possam desacelerar o crescimento da economia brasileira. Segundo ela, essa é uma questão “datada”. “Esse receituário que quer matar o doente, em vez de curar a doença, é complicado. Vou acabar com o crescimento no país? Isso está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, afirmou a presidente após encontro de chefes de estado dos países dos Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Sobre o crescimento da economia, Dilma afirmou que o ano de 2013 será “um pouco mais promissor do que 2012”.

Como de praxe, Dilma aproveitou para criticar os analistas que pensam de maneira diferente da dela: “São sempre as mesmas vozes, você não ouviu isso do governo (que seria preciso reduzir o crescimento para combater a inflação). Não achamos que há essa relação”. Ainda sobre o aumento de preços, afirmou: “Isso não significa que o governo não esteja atento. Não só estamos atentos como acompanhamos diuturnamente a questão da inflação. Não achamos que a inflação esteja fora de controle. Pelo contrário, ela está controlada. O que há são alterações e flutuações conjunturais. Mas nós estaremos sempre atentos”.

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Dilma também atribuiu ao setor externo parte da culpa pela inflação registrada no ano passado: de 5,84%. Próximo ao teto da meta do governo, o indicador deixou a luz amarela acesa em 2013 para elevadas pressões sobre os preços. Há três anos, a inflação oficial do país tem ficado próxima ao topo da meta de tolerância. Em 2011, o IPCA fechou exatamente no teto de 6,5%, enquanto que em 2010, em 5,91%. “Eu não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico. Até porque temos a contraprova dada pela realidade: tivemos um baixo crescimento no ano passado e houve um aumento de inflação porque teve um choque de oferta devido à crise, e um dos fatores é externo. Não tem nada que possamos fazer a não ser expandir a nossa produção para conter o aumento dos preços das commodities derivado da quebra de safra nos Estados Unidos”, afirmou a presidente.

Com relação à eventual necessidade de se aumentar a taxa de desemprego para reduzir a inflação, ela disse que o problema do pleno emprego será resolvido com aumento da capacitação. “Você vai resolver, não é reduzindo o crescimento. Nós temos uma demanda grande por emprego mais especializado, de maior qualidade, e temos uma sobra de emprego menos especializado. Estamos fazendo junto com o setor privado um grande programa de especialização.”

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Crescimento – A presidente também afirmou que a economia brasileira vem se recuperando das desacelerações de 2011 e 2012. E creditou o cenário à “vontade política” do governo. Ela salientou que a recuperação do crescimento econômico brasileiro não foi espontânea, mas fruto de iniciativas federais, como estímulos financeiros, tributários e monetários.

Dilma também ressaltou a contribuição da queda do desemprego para o fortalecimento do mercado interno e enfatizou a importância de investimento em infraestrutura. Segundo ela, as oportunidades de investimentos devem ser ampliadas e, se há escassez de financiamentos, “vamos criar financiamentos de longo prazo”.

FMI – A presidente também repetiu sua defesa por reformas nos organismos internacionais para refletir a maior representatividade econômica atual dos países emergentes. Brasil e China há muito afirmam que o sistema atual de votação do Fundo Monetário Internacional (FMI) concede injustamente benefícios à Europa e aos Estados Unidos, que dominam o Fundo desde sua fundação na década de 1940. Um acordo fechado em 2010 para implementar mudanças, inclusive elevando a China ao posto de terceiro país-membro com mais poder de voto na instituição financeira, deveria ter sido aprovada por todos os países-membros do FMI em outubro do ano passado, mas ainda não passou pelo Congresso dos EUA. “Seguimos unidos na defesa de reformas das estruturas de governança global. É necessário urgentemente atualizar e torná-las mais legítimas e representativas do mundo de hoje”, afirmou.

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