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Dilma diz que há espaço no país para a construção de hidrelétricas

Discurso é diferente do de dois meses atrás, quando a presidente disse que "questões ambientais" freavam novas usinas e que termelétricas seriam mais importantes na matriz energética do país

Por Da Redação
5 jun 2013, 19h48

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que ainda há espaço no país para a construção de hidrelétricas, até mesmo na Amazônia. O discurso da presidente é diferente do de dois meses atrás, quando ela afirmou que a participação das usinas termelétricas ia crescer na matriz energética do país e de que “questões ambientais” travavam o desenvolvimento do setor hidrelétrico.

O governo enfrenta dificuldades com as populações indígenas por causa da construção da usina de Belo Monte, no Pará, onde duas invasões, apenas em maio, foram realizadas para tentar impedir a continuação das obras. Índios de nove etnias estiveram em Brasília na terça-feira, para uma audiência com o chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Os indígenas presentes pediram a interrupção da construção da hidrelétrica de Belo Monte e de mais duas usinas no Pará – de Telles Pires, em construção, e de Tapajós, ainda em estudo. A administração federal avisou que as obras não serão interrompidas porque o Brasil precisa da energia que será gerada por estas hidrelétricas.

Dilma também defendeu uma solução negociada para os conflitos envolvendo a demarcação de terras indígenas no Brasil, mas disse que o Poder Executivo cumprirá as decisões judiciais e as leis. Destacou, no entanto, que não só os índios têm de ter os direitos assegurados, mas também todas as diferentes populações que vivem no país. “O Brasil tem uma população indígena, e não podemos negar essa existência, até porque ela é a população originária do Brasil. Isso não significa que outras populações que se estabeleceram no Brasil também não têm direitos. Essa é uma questão que tem de ser feita com base no diálogo”, disse ela, ao reiterar que o Executivo “cumpre a lei rigorosamente”.

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A presidente também disse que o país deve ter cuidado com a redução das emissões geradas pelo setor energético. “Na hidroeletricidade, quando você não tem reservatório, o que faz o papel de reservatório? Uma térmica, e uma térmica é muito mais poluente do que uma hidrelétrica com reservatório”, disse ela.

Discurso incoerente – Há cerca de dois meses, época em que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estavam baixos e uma série de termelétricas estavam em operação para impedir um eventual “apagão”, Dilma falou da dificuldade em se construir mais hidrelétricas – com isso, segundo ela, a tendência era do crescimento das usinas térmicas. “O meio ambiente diz que não se pode mais fazer grandes reservatórios, por causa da área de alagamento”, disse Dilma a jornalistas após inaugurar uma exposição do cantor Carlinhos Brown no Palácio do Planalto.

Pela dificuldade, restaria ao país aumentar a participação das térmicas na matriz do país. “Não tem milagre, o regime do Brasil vai ser sempre um regime que vai olhar as duas coisas”, afirmou a presidente na ocasião. As termelétricas são mais poluentes que qualquer outra matriz energética. Movidas pela queima de combustíveis fósseis, como o gás natural, o carvão mineral e o óleo, essas usinas respondem hoje por quase 15% da eletricidade no país.

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