Dilma diz que desoneração da folha de pagamento será permanente
Presidente admite que algumas medidas de renúncia fiscal já não são mais necessárias e que devem ser revertidas em breve
A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira que o governo tornará a desoneração da folha de pagamento uma política permanente de redução do custo do trabalho.
Ela afirmou que, por causa do ambiente de crise financeira internacional, o Brasil adotou uma política econômica anticíclica e medidas de estímulo, que devem ser retiradas em sua maioria, exceto a desoneração da folha de pagamentos. “Diante da crise, os governos são levados a fazer coisas que não fazem em temos normais, e uma política anticíclica foi praticada no Brasil”, disse.
“Tem uma parte dela que vai ser permanente. Por exemplo, será permanente a desoneração da tributação sobre a folha de pagamento”, disse durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
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Renúncia fiscal – As desonerações vêm sendo apontadas pelo governo como umas das causas da deterioração fiscal. Ao longo do ano, a arrecadação da Receita Federal mostrou queda, mas se recuperou nos dois últimos meses.
Segundo dados divulgados pela Receita, o governo deixou de arrecadar até novembro 70,385 bilhões de reais com as desonerações tributárias. O impacto dos cortes de tributos aumentou 67,79% em relação a igual período do ano passado, quando foi registrado perda de 41,94 bilhões de reais. O maior impacto das desonerações ao longo do ano foi com a folha de salários, que soma até agora 11,97 bilhões de reais.
Recuo – Diante das fortes críticas que o governo vem recebendo pelo cenário fiscal, Dilma recuou dizendo que as demais desonerações podem ser desativadas em breve. “Nós não temos nenhuma predileção de fazer política anticíclica, eu até discordo. Quanto mais cedo nós sairmos disso melhor para o país (…) eu acredito que hoje muitas das desonerações feitas de forma pontual no passado não são necessárias (…) portanto não vão ser feitas”, disse.
(com agência Reuters)