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Dilma defende Argentina, critica fundos de investimento e exige ‘regras claras’

A presidente deu mais uma mostra de sua aversão ao setor privado nesta terça-feira, durante a Cúpula dos países do Mercosul

Por Da Redação
29 jul 2014, 18h24

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira a postura da Argentina, que está em um processo de negociação de dívida com credores e corre o risco de calote se não honrar o pagamento até a noite de quarta-feira. A presidente classificou como “inaceitável” que a ação de “uns poucos especuladores” coloque em risco a estabilidade de um país. Dilma, que já havia defendido o país vizinho durante a cúpula da Unasul, no início de julho, se prontificou a levar a questão argentina ao encontro do G20.

O que são fundos abutres?

Fundo abutre é um jargão do mercado financeiro usado para classificar fundos de hedge que investem em papéis de países que deram calote – atuam, em especial, na América Latina e na África. Sua atuação é perfeitamente legítima. O termo abutre foi criado para diferenciá-los dos fundos convencionais, justamente por trabalharem como ‘agiotas’ de países caloteiros, emprestando dinheiro em troca de ‘títulos podres’. São considerados pelo mercado uma espécie de ‘investidor de segunda linha’. Sua atuação consiste em comprar títulos da dívida de nações em default por valor irrisório para depois acionar o país na Justiça e tentar receber ganhos integrais. Os ‘abutres’ compraram os papéis da dívida argentina por 48,7 milhões de dólares em 2001 e querem receber, hoje, cerca de 1 bilhão de dólares. A Argentina, por sua vez, tenta escapar do pagamento. O país teme que, caso aceite pagar os ‘abutres’ integralmente, os 92% de credores que aceitaram a renegociação da dívida em 2005 e 2010 possam buscar na Justiça o direito de receber ganhos integrais. Neste caso, o pagamento poderia reduzir as reservas internacionais do país a praticamente zero. Outro agravante é que, devido ao histórico de calotes e decisões econômicas escandalosas do país, sua credibilidade para negociar com credores está fortemente abalada.

O governo argentino negocia com credores nos Estados Unidos, os chamados fundos abutres, que não aceitaram a reestruturação da dívida do país após o default de 2001. Tais credores querem receber o valor integral da dívida e acionaram o país na Justiça americana. Em junho, o juiz federal Thomas Griesa concedeu decisão favorável aos fundos. Assim, a Argentina só conseguirá pagar os credores que aceitaram a reestruturação se também honrar o compromisso com os chamados abutres.

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Ao site de VEJA, o gestor do principal fundo envolvido, Jay Newmann, afirmou que o governo argentino jamais aceitou sentar para negociar com os credores e sempre ofereceu propostas unilaterais. A presidente Dilma, contudo, defendeu a atitude do país vizinho. “O problema que atinge hoje a Argentina é uma ameaça não só para um país irmão. Atinge a todo o sistema financeiro internacional”, disse Dilma durante reunião de cúpula do Mercosul em Caracas. “Não podemos aceitar que a ação de alguns poucos especuladores coloquem em risco a estabilidade e o bem-estar de países inteiros. Precisamos de regras claras e de um sistema que permita foros imparciais, permita previsibilidade e, portanto, justiça no processo de reestruturação de dívidas soberanas”, afirmou.

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(Com Reuters)

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