Desemprego na Alemanha sobe pelo 8º mês consecutivo
Em novembro, 5 mil pessoas ficaram desempregadas no país, mas número foi menor do que esperado e taxa de desemprego ficou estável
O desemprego na Alemanha subiu pelo oitavo mês seguido em novembro em dados ajustados sazonalmente, sugerindo que a demanda doméstica pode não conseguir compensar o enfraquecimento das exportações e impulsionar o crescimento na maior economia da Europa.
O aumento foi, no entanto, menor do que o esperado e o desemprego continua perto do menor nível desde a reunificação da Alemanha há mais de duas décadas, constrastando com o mercado de trabalho de muitos de seus parceiros, como o da Espanha, que ultrapassa 25% de taxa de desemprego.
No nono mês, mais 5 mil pessoas ficaram sem emprego, o que levou o número total de desocupados a 2,939 milhões de alemães, segundo dados do Escritório do Trabalho do país. Contudo, a mudança é pouco significativa, o que deixa a taxa de desemprego praticamente estável, em 6,9%. Pesquisa com analistas apontava para uma expectativa de que o desemprego subisse em 15 mil.
Cautela – Muitos especialistas esperavam que esse robusto mercado de trabalho alemão continuasse alimentando o consumo privado e, portanto, guiando o crescimento no país e em países em dificuldade da zona do euro por meio de importações. Mas, os sinais de fraqueza estão aumentando. Grandes empresas alemãs como Metro, a quarta maior varejista do mundo, Lufthansa e Deutsche Bank estão cortando milhares de empregos.
“Olhando adiante, no entanto, é questionável se o consumo privado pode realmente assumir o bastão como o principal guia do crescimento da economia alemã”, afirmou Carsten Brzeski do ING. “As expectativas de emprego no setor industrial entraram em território negativo, a maioria das vagas abertas é de empregos temporários e várias empresas reintroduziram esquemas de trabalho de curto prazo.”
A Alemanha se provou amplamente imune aos primeiros dois anos de crise da dívida europeia, mas dados recentes sugeriram que sua resistência está diminuindo, com o crescimento desacelerando para 0,2% no terceiro trimestre.
Sentimento – Nesta quinta-feira também saíram dados sobre sentimento na economia da zona do euro. Pesquisa mensal da Comissão Europeia com empresários e consumidores mostrou que esse sentimento melhorou pela primeira vez em quase um ano em novembro, mas expectativas negativas por parte da indústria feriram as esperanças de uma recuperação rápida da recessão.
O sentimento econômico na zona do euro subiu 1,4 ponto, para 85,7, encerrando uma sequência de oito meses de quedas. No entanto, a pesquisa da indústria feita pela Comissão encontrou expectativas de uma queda de 1% no investimento real em 2013 na comparação com este ano, colocando dúvidas sobre o otimismo entre as autoridades europeias de que a região voltará ao crescimento no ano que vem.
A zona do euro caiu em recessão entre julho e setembro, a segunda desde a crise financeira global em 2009, ao passo que a resiliência francesa não conseguiu compensar retrações na Europa e a crise da dívida de três anos fez o crescimento da Alemanha rastejar.
A Comissão prevê crescimento de 0,1% na economia da zona do euro no ano que vem, mas a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e muitos economistas internacionais veem uma continuidade da recessão em 2013.
(com agência Reuters)