Desemprego bate recorde na zona do euro em julho
Segundo a Eurostat, 18 milhões de pessoas estão desocupadas na região, cuja inflação subiu em agosto para 2,6%
O número de pessoas desempregadas nos 17 países da zona do euro bateu novo recorde em julho. Segundo a Agência Europeia de Estatísticas (Eurostat), 18 milhões de pessoas estavam desocupadas no sétimo mês na região. O resultado representa uma taxa de desemprego de 11,3% da população economicamente ativa, mesma do mês anterior depois de sua revisão. Este é o 15º mês consecutivo em que o indicador supera 10%.
Entre os membros da eurozona, a Espanha lidera a lista do desemprego, com um índice 25,1%, seguida pela Grécia, com 23,1%.Na ponta contrária, a Áustria é o país que registra a menor taxa de desemprego, a 4,5%, seguida por Holanda (5,3%), Alemanha e Luxemburgo (5,5% cada).
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Preços – A Eurostat também divulgou nesta sexta-feira a primeira estimativa de inflação na zona do euro para agosto, que subiu para 2,6% contra 2,4% de julho. A taxa veio acima da expectativa de analistas ouvidos pela Agência Reuters, que apostavam em 2,5%. Este é o 21º mês consecutivo que o índice supera a barreira de 2%, fixada como centro da meta pelo Banco Central Europeu (BCE).
“Essa é a primeira vez que a taxa de inflação da zona do euro acelerou desde setembro do ano passado, e achamos que deve subir mais em setembro”, escreveu em nota o economista do Barclays Capital François Cabau.
O mercado acredita que, com os novos dados, o BCE decida reduzir novamente os juros da região em sua próxima reunião na quinta-feira. O BCE quer manter a inflação abaixo, mas próximo, de 2%, e espera que a taxa caia mais ainda até o fim do ano. O banco também busca maneiras de impulsionar o crescimento econômico em uma zona do euro estagnada e pode reduzir na próxima semana sua principal taxa de refinanciamento, que está em 0,75%.
Contudo, a alta do desemprego deve limitar as pressões inflacionárias nos próximos meses, o que o BCE pode ver como um argumento a favor de cortar os juros. O Produto Interno Bruto da zona do euro ficou inalterado no primeiro trimestre do ano na comparação trimestral e contraiu 0,2% no segundo.
(Com agências Reuters e France-Presse)